quarta-feira, abril 22, 2015

Quarta, 22.
Quando chegar ao fim da leitura dos três diários – Sartre, Orwell, Matzneff – entraram no meu cérebro 1.590 páginas e milhões de palavras. Que vai ele reter de tanta informação? Mistério.

         - Nesta época do ano, para não ter que pagar a alguém que venha fazer o muito que o campo obriga, tenho de entrar num esquema de trabalho que comece e termine zonas da quinta ou exigências da Natureza. Assim, apesar das dores nos rins, estou a terminar a apanha e aproveitamento para a lareira das podas feitas pelo técnico no mês passado. Atacarei depois o jardim, os relvados, sem interromper diariamente as regas, a adubação e outras fainas impostas pelas circunstâncias. Começo sempre amuado, desgastado, ronha. A seguir a energia sobe não sei de onde e sou capaz de ficar uma hora de máquina em punho sem esmorecer. Depois gozo não só o prazer da beleza como a satisfação do trabalho cumprido.


         - O programa económico do PS é aquilo que se esperava: enganador, dispendioso, assustador. Em suma: ele atira para quem vier após – se por azar eles ganharem as próximas eleições – a desagradável decisão de voltar a chamar a troika. Para os socialistas, todo o esforço e sacrifícios que os portugueses fizeram nestes últimos quatro anos, não lhes interessa. O que importa é o poder a qualquer preço. A rede de corruptos conhecê-la-emos depois.