Quarta,
22.
Quando
chegar ao fim da leitura dos três diários – Sartre, Orwell, Matzneff – entraram
no meu cérebro 1.590 páginas e milhões de palavras. Que vai ele reter de tanta
informação? Mistério.
- Nesta época do ano, para não ter que
pagar a alguém que venha fazer o muito que o campo obriga, tenho de entrar num
esquema de trabalho que comece e termine zonas da quinta ou exigências da
Natureza. Assim, apesar das dores nos rins, estou a terminar a apanha e
aproveitamento para a lareira das podas feitas pelo técnico no mês passado.
Atacarei depois o jardim, os relvados, sem interromper diariamente as regas, a
adubação e outras fainas impostas pelas circunstâncias. Começo sempre amuado,
desgastado, ronha. A seguir a energia sobe não sei de onde e sou capaz de ficar
uma hora de máquina em punho sem esmorecer. Depois gozo não só o prazer da
beleza como a satisfação do trabalho cumprido.
- O programa económico do PS é aquilo
que se esperava: enganador, dispendioso, assustador. Em suma: ele atira para
quem vier após – se por azar eles ganharem as próximas eleições – a
desagradável decisão de voltar a chamar a troika. Para os socialistas, todo o
esforço e sacrifícios que os portugueses fizeram nestes últimos quatro anos,
não lhes interessa. O que importa é o poder a qualquer preço. A rede de
corruptos conhecê-la-emos depois.