segunda-feira, abril 06, 2015


Segunda, 6.
Comprei o calhamaço dos Diários de Orwell. É um volume com 700 e tal páginas que vou lendo devagar e sempre entremeado com outras leituras publicado pela D. Quixote. Curiosa esta observação de Agosto de 1931, numa altura em que a literatura francesa era ainda a referência na Europa e até no mundo: A maior parte dos ingleses não faz ideia de que há livros franceses que não são pornográficos.

         - É decerto de João este fragmento de Jesus antes de ser condenado à morte que ouvi citado na Via-Sacra transmitida, sexta-feira, do Coliseu de Roma: Deixei o Pai e vim para o mundo, agora volto para o Pai. E nós quem éramos antes de sermos quem somos? Quem éramos antes de Deus nos ter dado a vida? E por que nos deu Ele a vida a cada um de nós? Por que fomos os escolhidos? Tantas interrogações a que nenhuma teologia responde. O que mais próximo está da resposta, é a oração.

         - Almocei no C.I. com a Alzira. Na mesa ao lado, um homem bem trajado, elegante mesmo, anotava a lápis a Ilíada. Logo eu disse à minha amiga que esperava ter um Verão tão profícuo no domínio do conhecimento dos clássicos como o do ano passado. Que período maravilhoso! E depois poder partir para Paris ao encontro dos meus amigos e ficar com eles pelo menos dois meses. Era a dupla da felicidade.