Segunda, 6.
Comprei o calhamaço dos Diários de
Orwell. É um volume com 700 e tal páginas que vou lendo devagar e sempre entremeado
com outras leituras publicado pela D. Quixote. Curiosa esta observação de
Agosto de 1931, numa altura em que a literatura francesa era ainda a referência
na Europa e até no mundo: A maior parte
dos ingleses não faz ideia de que há livros franceses que não são
pornográficos.
- É decerto de João este fragmento de Jesus antes de ser condenado à
morte que ouvi citado na Via-Sacra transmitida, sexta-feira, do Coliseu de
Roma: Deixei o Pai e vim para o mundo,
agora volto para o Pai. E nós quem éramos antes de sermos quem somos? Quem
éramos antes de Deus nos ter dado a vida? E por que nos deu Ele a vida a cada
um de nós? Por que fomos os escolhidos? Tantas interrogações a que nenhuma
teologia responde. O que mais próximo está da resposta, é a oração.
- Almocei
no C.I. com a Alzira. Na mesa ao lado, um homem bem trajado, elegante mesmo,
anotava a lápis a Ilíada. Logo eu
disse à minha amiga que esperava ter um Verão tão profícuo no domínio do
conhecimento dos clássicos como o do ano passado. Que período maravilhoso! E
depois poder partir para Paris ao encontro dos meus amigos e ficar com eles
pelo menos dois meses. Era a dupla da felicidade.