Terça,
9.
Jerónimo
de Sousa, partindo de princípios hoje incompreensíveis para a maioria das
pessoas, disse aquilo que era urgente dizer: as leis não dão aquilo que os
cidadãos desde o berço não adquiriram. Referia-se à ética que devia nortear não
só os senhores deputados, como qualquer um de nós nas nossas vidas. O ilustre
deputado sabendo que os seus congéneres são useiros e vezeiros em fintar os
preceitos estatuídos, marcou mais uma vez a diferença indo à origens relembrando
normas mais importantes que as leis. Mesmo assim, quanto a mim, sabendo a corja
de deputados que temos, é melhor que fique, preto no branco, salvaguardas as
regras de conduta política. O nível dos parlamentares é, de facto, muito baixo.
Quanto ao mais, aquelas escolhas familiares, não passam de opções partidárias e
são uma afronta às universidades que debitam todos os anos cidadãos – espero eu
– igualmente qualificados.
- Manhã complicada, mas saborosa. Andei
num corre corre a sair e a entrar, levando e trazendo este e aquele técnico, e
no final uma série de coisas que há muito exigiam reparo ficaram feitas: dois
canos a consertar, duas sanitas a reparar, uma tomada eléctrica a montar, o
esquentador a restaurar. O curioso é que acabei por poupar 500 euros! Eu
explico. Tinha encomendado um Vulcano no Corte Inglês para substituir este que
comprei há vinte anos por 20 contos (100 euros). A marca não tem exemplares
para fornecer e eu há dois meses que esperava. E por que tinha eu que comprar
um novo? Porque o técnico que cá veio e sempre veio quando dele necessitava,
disse-me que este com vinte anos estava a precisar de ser trocado. O senhor
idoso e cego de um olho que hoje chamei, desmontado o aparelho, disse-me logo
que ele estava impecável e que apenas ia fazer uma simples afinação. Que devo
concluir? Que o primeiro especialista ou me quis enganar, ou andou de depressa
de mais; que a vida com o euro é a nossa desgraça; que o Robert que o abriu,
era da opinião que ele estava bom e, portanto, tinha razão; que devemos estar
sempre de pé atrás contra os que nos querem sacar o que temos e o que não
temos. De imediato suspendi a encomenda ao Corte Inglês economizando aquela
importância. O bom do homem que hoje cá veio fazer o diagnóstico ao aparelho,
não me quis levar um chavo. Benditos sejam os deficientes honrados,
trabalhadores e sérios, sem eles o que seria do mundo? (Aqui, algures, conto a
história daqueles que construíram esta casa e são um exemplo para os ditos
normais.)