segunda-feira, abril 08, 2019

Segunda, 8.
A cerca dos amigos que ontem citei. Quando os fui buscar ao aeroporto para os levar ao hotel que havia escolhido no centro de Madrid, no entusiasmo do encontro, quando eles desciam as escadas rolantes para o metro, tendo eu avançado mais rápido, divertido como uma criança, pus-me a fazer de conta que os fotografava. Resultado: estatelei-me no fundo do mecanismo, enrolando o corpo como um farrapo. Gritos da Annie, precipitação do Robert e dos passageiros presentes. Levantei-me num ápice e sorridente festejei o tombo que felizmente não teve consequências de maior.
        
         Em quem eu pensei depois na viagem até a Gran Vía, foi no meu amigo António Carmo que sofreu o mesmo desastre quando, estando ao telefone, não se apercebeu que as escadas rolantes do metro Chiado tinham chegado ao fim. Infelizmente para ele, fracturou uma clavícula e esteve no hospital quase uma semana, fora os dias de recuperação em casa. Acidentes destes, típicos das sociedades modernas, são mais frequentes do que se imagina.

         - Depois o hotel. Eu paguei à chegada o quarto deles e o meu. À noite, fazendo contas, o Robert pergunta-me se não estou enganado, pois a soma que lhe proponho é diferente da que eu lhe havia alvitrado. De facto, tanto ele como eu, vimos a despesa reduzida em 100 euros. Isto porque eu me tinha enganado na data, sempre com a cabeça na lua, reservei para dali a um mês. Tive sorte porque havia quartos vagos. Não tive, contudo, coragem de informar os meus amigos da razão da redução que o meu erro acabou por nos beneficiar: no mês seguinte, este em que estamos, a época turística entra em alta e os preços também.

         - Será desta que conhecemos o fim do folhetim Brexit ?


         - Almoço na Adega da Mó com o João Corregedor e Carlos Soares. Depois rápida passagem pelo C.I. e ala que se faz tarde. Na ida e na volta, encontrei o mesmo desassossego no comboio, falo de as mesmas carruagens e pessoas a fazer a viagem no corredor da locomotiva à cunha.