Segunda,
8.
A
cerca dos amigos que ontem citei. Quando os fui buscar ao aeroporto para os
levar ao hotel que havia escolhido no centro de Madrid, no entusiasmo do
encontro, quando eles desciam as escadas rolantes para o metro, tendo eu avançado
mais rápido, divertido como uma criança, pus-me a fazer de conta que os
fotografava. Resultado: estatelei-me no fundo do mecanismo, enrolando o corpo
como um farrapo. Gritos da Annie, precipitação do Robert e dos passageiros
presentes. Levantei-me num ápice e sorridente festejei o tombo que felizmente
não teve consequências de maior.
Em quem eu pensei depois na viagem até
a Gran Vía, foi no meu amigo António Carmo que sofreu o mesmo desastre quando,
estando ao telefone, não se apercebeu que as escadas rolantes do metro Chiado
tinham chegado ao fim. Infelizmente para ele, fracturou uma clavícula e esteve
no hospital quase uma semana, fora os dias de recuperação em casa. Acidentes
destes, típicos das sociedades modernas, são mais frequentes do que se imagina.
- Depois o hotel. Eu paguei à chegada
o quarto deles e o meu. À noite, fazendo contas, o Robert pergunta-me se não
estou enganado, pois a soma que lhe proponho é diferente da que eu lhe havia alvitrado.
De facto, tanto ele como eu, vimos a despesa reduzida em 100 euros. Isto porque
eu me tinha enganado na data, sempre com a cabeça na lua, reservei para dali a
um mês. Tive sorte porque havia quartos vagos. Não tive, contudo, coragem de
informar os meus amigos da razão da redução que o meu erro acabou por nos
beneficiar: no mês seguinte, este em que estamos, a época turística entra em
alta e os preços também.
- Será desta que conhecemos o fim do
folhetim Brexit ?
- Almoço na Adega da Mó com o João
Corregedor e Carlos Soares. Depois rápida passagem pelo C.I. e ala que se faz
tarde. Na ida e na volta, encontrei o mesmo desassossego no comboio, falo de as
mesmas carruagens e pessoas a fazer a viagem no corredor da locomotiva à cunha.