domingo, abril 28, 2019

Domingo, 28.
Enfim, está Duarte Lima na prisão. O homem que se ofuscou com a riqueza, o poder, a importância dos cargos que em democracia deviam ser encarados por transitórios e entre nós são o escândalo da arrogância, da corrupção, do compadrio e da mentira. Espero que ele no silêncio do cárcere, desfie a sua ascensão meteórica e a queda abrupta que desnudou por completo uma vida alicerçada em valores que nada tinham de humano e muito menos de solidários. Resta-lhe provar que não matou a companheira de Tomás Feteira como pretende a justiça brasileira. Este Lima como aqueloutro Vara, são o retrato de uma sociedade nascida no 25 de Abril e cujas ramificações ainda persistem (caso de José Sócrates e muitos autarcas e deputados) e são culpa directa da nossa Justiça aliada ao poder onde abundam os primos, as esposas, os sobrinhos e os sítios em código das contas offshore.   

         - Vasco Pulido Valente, no Público de ontem, fala do 25 de Abril de 1974 nestes termos: “Vieram à televisão uns militares caducos parecendo ofendidos por se chamar “selvagem” à assembleia do 11 de Março. E tentando esconder os fuzilamentos que lá propuseram personagens de peso, milicianos, anónimos, e um grupo extraviado do MRPP. Peço desculpa. Ainda me lembro de Álvaro Cunhal, num excitado comício, prometendo aos camaradas, que gritavam “uma só solução, fuzilar a reacção” que não perdiam pela demora. O delicioso dia “inicial, inteiro e limpo” de Sophia de Mello Breyner foi a caverna dos ventos da violência. Os militares não tinham absolutamente nada de democrático. O 25 de Abril não se fez pela liberdade; fez-se para a tropa voltar para casa. E uma bela manhã, Álvaro Cunhal desembarcou em Lisboa imitando deliberadamente a chegada de Lenine à estação da Finlândia.”  

         - Os gilets jaunes  respondem a Chou Chou voltando à rua. Em Estrasburgo houve mesmo sérias escaramuças. A mensagem é sempre a mesma: dégage!


         - Moçambique foi de novo atacado pela desgraça. O ciclone Kenneth fez monstruosas inundações e o país que era já pobre, ficou de rastos com novas epidemias a perfilarem-se no horizonte.