sábado, abril 13, 2019

Sábado, 13.
Marcelo está metido numa alhada a propósito do desvio das armas de Tancos. Os militares comprometem-no com afirmações de relevo para o enredo, verdadeira telenovela à portuguesa. É o preço a pagar por gostar de estar todos os dias no tablado televisivo. O Presidente tem opinião sobre tudo, portanto, não tem opinião sobre coisa nenhuma. É tão simples como isto.

         - A arma que os políticos directa ou por intermédio de estudos encomendados a empresas agitam: o futuro das reformas e aposentações. É cíclico. É manifesto que a direita persegue há muitos anos dois objectivos como bandeira para o bem-estar dos portugueses: privatizar a CGD e as contribuições para as reformas.

         - Eu sou dos mais cépticos de todos os meus compatriotas. Não acredito nesta classe política e acho que a política por eles levada a cabo desde o 25 de Abril de 1974 só os favoreceu a eles (vou ressalvar que um ou outro escapa à minha revolta). João Corregedor não gosta de me ouvir dizer isto, detesta que eu generalize. A verdade porém, dá-me razão todos os dias. Em quem podemos nós confiar? Os governantes-ladrões, são os primeiros, quando confrontados com a Justiça, a afirmar que nela acreditam. Bem sei que é estratégia bichanada pelas sociedades de advogados. Mas os factos aí estão: muitos são já os magistrados de alto coturno a venderem-se e a venderem veredictos por somas astronómicas. Agora soubemos de uma magistrada que forneceu pareceres sobre a luta que divide a justiça militar da civil. Isto é a bandalheira completa e ninguém consegue pôr cobro nisto.


         - Por mim, limpo a bílis admirando a paisagem que agora tenho de qualquer das janelas que me debruce. O trabalho está terminado e o resultado é este que a foto mostra. Um vasto cemitério alinhado a preceito, espera a ressurreição dos mortos que chegarão do cadáver ébrio que lhes dará forma e vida e alegria e muita festa.
Antes

Depois 
(toque com o rato na foto e extasie-se com a beleza)