Sábado, 13.
Marcelo
está metido numa alhada a propósito do desvio das armas de Tancos. Os militares
comprometem-no com afirmações de relevo para o enredo, verdadeira telenovela à
portuguesa. É o preço a pagar por gostar de estar todos os dias no tablado
televisivo. O Presidente tem opinião sobre tudo, portanto, não tem opinião
sobre coisa nenhuma. É tão simples como isto.
- A arma que os políticos directa ou
por intermédio de estudos encomendados a empresas agitam: o futuro das reformas
e aposentações. É cíclico. É manifesto que a direita persegue há muitos anos dois
objectivos como bandeira para o bem-estar dos portugueses: privatizar a CGD e
as contribuições para as reformas.
- Eu sou dos mais cépticos de todos os
meus compatriotas. Não acredito nesta classe política e acho que a política por
eles levada a cabo desde o 25 de Abril de 1974 só os favoreceu a eles (vou
ressalvar que um ou outro escapa à minha revolta). João Corregedor não gosta de
me ouvir dizer isto, detesta que eu generalize. A verdade porém, dá-me razão
todos os dias. Em quem podemos nós confiar? Os governantes-ladrões, são os
primeiros, quando confrontados com a Justiça, a afirmar que nela acreditam. Bem
sei que é estratégia bichanada pelas sociedades de advogados. Mas os factos aí
estão: muitos são já os magistrados de alto coturno a venderem-se e a venderem
veredictos por somas astronómicas. Agora soubemos de uma magistrada que
forneceu pareceres sobre a luta que divide a justiça militar da civil. Isto é a
bandalheira completa e ninguém consegue pôr cobro nisto.
- Por mim, limpo a bílis admirando a
paisagem que agora tenho de qualquer das janelas que me debruce. O trabalho está
terminado e o resultado é este que a foto mostra. Um vasto cemitério alinhado a
preceito, espera a ressurreição dos mortos que chegarão do cadáver ébrio que
lhes dará forma e vida e alegria e muita festa.
Antes |
Depois |
(toque com o rato na foto e extasie-se com a beleza)