terça-feira, janeiro 01, 2019

Terça, 1 de Janeiro.
Mais um ano, um ano mais. As primeira linhas subtraídas às palavras que se escondem debaixo das emoções e da estupefacção, são uma espécie de gurita por onde o tempo espreita e não vê motivo de se alargar por mais doze meses. Uma grande interrogação está emoldurada no quadro da porta por onde entrarão os meses com a sua carga de desgraças, revoltas, humilhações, e, espero, alguma esperança ou compensação pelo esforço humano de viver que os homens hoje carregam.
        

         Dizem que o que fazemos neste primeiro dia do ano, será multiplicado até à derradeira hora antes de escutarmos os carrilhões anunciando a chegada de 2020. Pois que assim seja. Pela minha parte, homem de trabalho, depois de oito horas de sono, trabalhei no Juiz Apostolatos, terminei a limpeza da erva inconveniente em frente à casa, fiz duas horas de leitura, limpei as lareiras, assisti ao Concerto de Ano Novo de Viena, recebi a bênção papal Urbi et Orbi pela televisão, fiz scones, o almoço e respondi a votos simpáticos de umas quantas almas caridosas – sms e e-mails -, não deixei por um minuto este reduto banhado do sol radioso que não existe em mais nenhuma parte do mundo.