domingo, janeiro 06, 2019

Domingo, 6.
Como se previa o fim-de-semana em Paris e em várias cidades francesas foi terrível: carros incendiados, polícias feridos, manifestantes também, lojas atacadas, ministérios invadidos. Foi a resposta à violência do Governo provando que os gilets jaunes não se amedrontam. Só considero excessivo cenas que a imprensa (mas ela é o que se sabe) regista como sendo dos manifestantes: cartas com ameaça de morte aos deputados de Chou Chou, as suas casas pintadas com frases violentas, ratos estropiados postos à entrada dos prédios onde eles vivem, intimidação dos familiares.

         - Enfim, uma boa ideia da gerente do BE, de facto com patente da Rede Europeia Anti-pobreza: uma lei, elaborada como todas (ou quase) pelos senhores deputados bem instalados no Parlamento, muitos dos quais nunca trabalharam no sector privado, que impacto tem na pobreza e na vida dos cidadãos? Aprofundar esta ideia é responsabilizar os parlamentares e os políticos pelo destino comum. Eu já aqui falei deste tema várias vezes. O divórcio, a competência dos donos disto tudo em decidir do nosso destino, pessoal e colectivo, salvo raras excepções, é nula.


         - Acordei com uma pele fina de geada a cobrir o campo. Como sempre acontece em circunstâncias idênticas, o silêncio paira ao nível da terra transformando este espaço num mundo metafísico. Este é o tempo das recordações em catadupa, das manhãs claras antes de o sol descer das alturas, sobre um lugar sem gente, habitado por forças sem rosto, possuídas de presenças transcendentais que dão rumo ao rumo dos dias.