Domingo,
6.
Como
se previa o fim-de-semana em Paris e em várias cidades francesas foi terrível:
carros incendiados, polícias feridos, manifestantes também, lojas atacadas,
ministérios invadidos. Foi a resposta à violência do Governo provando que os gilets jaunes não se amedrontam. Só
considero excessivo cenas que a imprensa (mas ela é o que se sabe) regista como
sendo dos manifestantes: cartas com ameaça de morte aos deputados de Chou Chou,
as suas casas pintadas com frases violentas, ratos estropiados postos à entrada
dos prédios onde eles vivem, intimidação dos familiares.
- Enfim, uma boa ideia da gerente do
BE, de facto com patente da Rede Europeia Anti-pobreza: uma lei, elaborada como
todas (ou quase) pelos senhores deputados bem instalados no Parlamento, muitos
dos quais nunca trabalharam no sector privado, que impacto tem na pobreza e na
vida dos cidadãos? Aprofundar esta ideia é responsabilizar os parlamentares e
os políticos pelo destino comum. Eu já aqui falei deste tema várias vezes. O
divórcio, a competência dos donos disto tudo em decidir do nosso destino,
pessoal e colectivo, salvo raras excepções, é nula.
- Acordei com uma pele fina de geada a
cobrir o campo. Como sempre acontece em circunstâncias idênticas, o silêncio paira
ao nível da terra transformando este espaço num mundo metafísico. Este é o
tempo das recordações em catadupa, das manhãs claras antes de o sol descer das
alturas, sobre um lugar sem gente, habitado por forças sem rosto, possuídas de
presenças transcendentais que dão rumo ao rumo dos dias.