sexta-feira, janeiro 11, 2019

Sexta, 11.
Eu estou que não posso de contentamento. Viva o Mágico, viva Portugal! “Qué que eu sou, qué que eu sou? Sou rico, sou rico!” Por amor de Deus, portuguesinhos, parem com as greves, olhem com veneração para o vosso primeiro que até como pessoa é simpático. Tenham em conta neste ano de três eleições, quanto o governo do PS amealhou fazendo-os passar por dificuldades em todos os sectores, mas sempre com os olhos postos em vós, queridos eleitores. Vejam o espectáculo dos milhões tirados da cartola de um dia para o outro: 210 milhões para a extensão do Metro, uns milhões para comprar comboios, 1/3 mil milhões de euros só para a primeira fase do aeroporto no Montijo e arranjos no de Lisboa. Fogo! Como diria a Piedade ou um banqueiro do tempo da outra senhora: quantos  contos são estes milhões?

         - Não resisto em transcrever estes versículos lindíssimos do Antigo Testamento, livro atribuído a Salomão, Sabedoria (Sophia):

         Pois com uma corrente de escuridão foram todos agrilhoados.
         Quer fosse um vento sibilante;
         Ou o som melodioso de aves em ramos frondosos;
         Ou o ritmo de água que se precipitava com violência;
         Ou a corrida invisível de animais saltitantes;
         Ou o som do mais selvagem rugir de feras;
         Ou um eco reverberando da concavidade da montanha:
         Tudo os paralisava de terror.
         Pois o mundo inteiro brilhava com luz irradiante
         E estava ocupado com trabalhos inimpedidos.
         Somente sobre elas estava estendida uma noite pesada:
         Uma imagem da escuridão que estava prestes a recebê-los.
         Porém, mais pesados que a escuridão eram eles para si próprios. (17:16-20). Dos Livros Sapienciais, tradução de Frederico Lourenço.

         - Para o português honesto, trabalhador, pagador de impostos elevados, praticamente a trabalhar para o Estado e este a distribuir salários medonhos, muitas vezes em sectores sobre preenchidos de funcionários, muitos lá postos por favores partidários; que pensará o nosso concidadão que leva uma vida simples, cuidando estar ao abrigo de perigos sob a protecção do Estado, das instituições democráticas, dos tribunais e seus agentes, das sucessivas derrotas do Ministério Público nos tribunais? Sobretudo depois de anos de pesquisas judiciais, toneladas de papel, honorários a advogados, agentes da autoridade, falatório insuportável nos meios de comunicação social, para terminar num rotundo: “Não culpado.” “Absolvido”. Das centenas de acusados pelo Ministério Público, ninguém foi parar à cadeia, todos prosseguem a sua boa vida como se nada os pudesse beliscar. Eu se pertencesse àquela classe de juristas, pintava a minha cara de negro e como português sinto nojo de um sistema judicial desta qualidade.

         - Mas bom. Desde que cheguei a Cracóvia onde me encontro e mal larguei a mala no hotel Warszawski, disparei para a neve e o frio siberiano que aqui se instalou. Vim para conhecer e me confrontar por um lado com a santidade de João Paulo II e por outro com a perversidade de Hitler, Goebbels, Goring. Ontem esteve 10 graus negativos, hoje 3 sob um levíssimo e puro sol de inverno e frio que se farta, neve ao quilo por todo o lado.
 Karol Wojtyla um santo homem que privilegiava o diálogo