Sexta,
11.
Eu
estou que não posso de contentamento. Viva o Mágico, viva Portugal! “Qué que eu
sou, qué que eu sou? Sou rico, sou rico!” Por amor de Deus, portuguesinhos,
parem com as greves, olhem com veneração para o vosso primeiro que até como
pessoa é simpático. Tenham em conta neste ano de três eleições, quanto o governo
do PS amealhou fazendo-os passar por dificuldades em todos os sectores, mas
sempre com os olhos postos em vós, queridos eleitores. Vejam o espectáculo dos
milhões tirados da cartola de um dia para o outro: 210 milhões para a extensão
do Metro, uns milhões para comprar comboios, 1/3 mil milhões de euros só para a
primeira fase do aeroporto no Montijo e arranjos no de Lisboa. Fogo! Como diria
a Piedade ou um banqueiro do tempo da outra senhora: quantos contos são estes
milhões?
- Não resisto em transcrever estes versículos
lindíssimos do Antigo Testamento, livro atribuído a Salomão, Sabedoria (Sophia):
Pois
com uma corrente de escuridão foram todos agrilhoados.
Quer fosse um vento sibilante;
Ou o som melodioso de aves em ramos frondosos;
Ou o ritmo de água que se precipitava com violência;
Ou a corrida invisível de animais saltitantes;
Ou o som do mais selvagem rugir de feras;
Ou um eco reverberando da concavidade da montanha:
Tudo os paralisava de terror.
Pois o mundo inteiro brilhava com luz irradiante
E estava ocupado com trabalhos inimpedidos.
Somente sobre elas estava estendida uma noite pesada:
Uma imagem da escuridão que estava prestes a recebê-los.
Porém, mais pesados que a escuridão eram eles para si próprios. (17:16-20).
Dos Livros Sapienciais, tradução de Frederico Lourenço.
- Para o português honesto,
trabalhador, pagador de impostos elevados, praticamente a trabalhar para o
Estado e este a distribuir salários medonhos, muitas vezes em sectores sobre
preenchidos de funcionários, muitos lá postos por favores partidários; que
pensará o nosso concidadão que leva uma vida simples, cuidando estar ao abrigo
de perigos sob a protecção do Estado, das instituições democráticas, dos
tribunais e seus agentes, das sucessivas derrotas do Ministério Público nos
tribunais? Sobretudo depois de anos de pesquisas judiciais, toneladas de papel,
honorários a advogados, agentes da autoridade, falatório insuportável nos meios
de comunicação social, para terminar num rotundo: “Não culpado.” “Absolvido”. Das centenas
de acusados pelo Ministério Público, ninguém foi parar à cadeia, todos
prosseguem a sua boa vida como se nada os pudesse beliscar. Eu se pertencesse
àquela classe de juristas, pintava a minha cara de negro e como português sinto
nojo de um sistema judicial desta qualidade.
- Mas bom. Desde que cheguei a
Cracóvia onde me encontro e mal larguei a mala no hotel Warszawski, disparei
para a neve e o frio siberiano que aqui se instalou. Vim para conhecer e me
confrontar por um lado com a santidade de João Paulo II e por outro com a
perversidade de Hitler, Goebbels, Goring. Ontem esteve 10 graus negativos, hoje
3 sob um levíssimo e puro sol de inverno e frio que se farta, neve ao quilo por
todo o lado.
Karol Wojtyla um santo homem que privilegiava o diálogo |