domingo, abril 01, 2018

Domenica di Pasqua.
O que uns e outros nos contam sobre o PIB ou deficit é salada made in Bruxelas eurocrata. Não tem interesse absolutamente nenhum. Ninguém na Europa do euro se ateve aquelas percentagens, todos (incluindo a Alemanha) estiveram-se sempre nas tintas para isso. O cumprimento dessas minudências, é para os subnutridos – Portugal, Grécia, os ex-países da URRS. Aos barões ninguém impõe coisa nenhuma. Os portugueses pagam e não refilam. Como no tempo de Salazar. A verdade é esta: quem nos arruína são os bancos, os impostos cada vez mais elevados, os políticos corruptos e os banqueiros gananciosos.

         - Matzneff. La jeune Moabite não sobe à biblioteca de cima tão depressa. Ao longo do Diário são muitas (demasiado) as entradas sobre o peso, o que come e não come, a obsessão pela linha. Depois, como muita gente que eu conheço, ao lado destas preocupações, ou fazendo permanentemente tábua rasa delas, vem o modo como se alimentam. Vejamos. Dia 23 de Junho de 2016, o jantar do nosso Casanova à francesa: salsichas, queijo, pão com manteiga Bordier, vinho tinto. Nada nesta composição dietética eu engulo. Sobretudo ao jantar. Tudo o que o nosso caro escritor comeu é o contrário a um corpo sem pança. Hoje o meu jantar foi uma omeleta com espargos selvagens e uma tijela de morangos. Água a acompanhar. Assim deve ser para quem quiser ter de facto um corpo elegante e saudável. A partir das cinco da tarde, pára tudo. Nada de restaurantes, vinho, doces, queijos, carne ou peixe. Sopa e uma peça de fruta é quanto basta. Ainda jejuar uma vez por semana de modo a impedir que as células cancerígenas se instalem ou desenvolvem.

         - O Papa, ontem, na Via Sacra avançou uma série de verdades que o mundo decerto não ouvirá mergulhado na imundice da informação contada por interpostos interesses. Entre elas esta: “muitos deviam ter vergonha pelo mundo que deixam”. Ou esta quando confessou “vergonha porque tantas pessoas, até alguns dos nossos ministros (referia-se aos sacerdotes e bispos) deixam-se enganar pela ambição e pelas vãs glórias, perdendo o seu valor”. Ou ainda esta: depois de dizer que a vergonha devia ser como “uma graça de Deus” advertiu “as nossas gerações estão a deixar aos jovens um mundo fracturado em divisões e guerras, um mundo devorado pelo egoísmo”.  

         - Sexta-feira santa para muitas das religiões que residem em Israel, foi um dia de terror. O exército israelita ao longo da fronteira entre Gaza e Israel, criou um autêntico cenário de guerra. A repressão foi tão violenta e inapropriada que resultou em 16 mortos e mais de 1400 feridos. Os ataques militares utilizaram todo o arsenal disponível : gás lacrimogéneo, tanques, atiradores furtivos. António Guterres pediu uma investigação independente. Trump esfrega as mãos de contentamento.


         - Sobra do lixo do mundo, a rendição do Governo do Mágico ao PCP e a constatação uma vez mais de que a Europa de Bruxelas não é a irmandade que muitos desejariam. De contrário, Portugal teria expulsado diplomatas russos como fez a maioria dos países vassalos dos Estados Unidos. Eu fui dos primeiros a achar a atitude de Londres inútil e, portanto, estou à vontade para me exprimir como entendo. Achei e acho que Theresa May tinha muitas formas de se confrontar com o criminoso Putin, nomeadamente, as económicas. Mas isso é outra conversa que não interessa aos governantes de nenhum dos Estados que integram a UE. Acresce que a nossa diplomacia, sobretudo, desde a entrada de Portugal na então CEE, deixa muito a desejar. Tornámo-nos bajuladores, mansos, rendidos aos países mais fortes da UE que, por sua vez, estão de joelhos ante os americanos. Para não falar do Governo do famigerado José Sócrates que foi fazer jogging na Praça Vermelha de Moscovo fechada aos cidadãos russos para sua segurança, com aquelas perninhas fininhas, coitadinho, que Deus lhe deu a suportar o bojo redondo de anafado.