domingo, abril 15, 2018

Domingo, 15.
O único homem prudente e equilibrado no contexto da guerra na Síria, é Vladimir Putin. Não reagiu a quente, foi contido, inteligente, evitando assim uma escalada que Chou Chou incompetente no seu reino e May desnorteada no reino da outra, queriam a todo o custo impor em parceria com um louco construtor civil. Mas isto foi um aviso ao mundo. Algo de muito doloroso está a construir-se nos cérebros destes dementes que nos governam. As Nações Unidas, chefiadas por um homem culto e humano, foram ultrapassadas. Eu, se fosse a António Guterres, demitia-me. Relembro a frase de Platão hoje em epigrafe no Público: “Só os mortos conhecem o fim da guerra.”

         - A história da família, tão grata à sociedade de consumo e ao controlo do Estado sobre as pessoas, alimentada pela Igreja e pelos bons costumes, nunca foi queijo de que eu gostasse. Cresci em colégios, longe desse peso impositivo, em completa liberdade, sem amarras que me limitassem os movimentos, as ideias, nem constrangimentos de ordem moral, social, sexual. Os Estados democráticos, sobretudo na nossa querida União Europeia, para melhor controlarem os cidadãos e, portanto, afastarem-nos dos princípios cristãos de igualdade e fraternidade, decidiram separar as águas: Igreja para um lado; Estado para outro. Contudo, naquilo que lhes convém, vão buscar formas normativas da Igreja e são em muitos aspectos mais controladores, sectários e falsos profetas, fazendo tábua rasa das origens cristãs do mundo ocidental que, apesar dos muitos erros, e quando comparadas com os fundamentalismos hoje imperantes na Europa, é de todas as religiões aquela que mais se aproxima dos valores humanos e sob o lema do Amor enquanto expressão fundamental da conduta humana. Jesus nunca falou desse reino açambarcador da liberdade, hipócrita e arrogante, que leva multidões a viver vidas tristes, circunscritas, de fachada. Ao longo da minha vida, sempre observei as vidas dos casados que me rodeiam e nunca as desejei para mim. Às claras ou por subterfúgios contidos, antevi as traseiras das suas existências medíocres, limitadas, pretensamente venturosas. A família enquanto instituição é um embuste, é castradora e alienante. Não planeia o homem para a solidão, para o diálogo íntimo consigo, para a viagem que um dia todos teremos de fazer e cuja preparação começa aqui, nesta terra que o governos dizem ser abastada de bens e felicidade, de coisas e coisinhas, que para nada servem, lá, onde espero todos tenhamos a graça de conhecer, face a face, aligeirados do peso da nossa importância e da riqueza que a sustém, o nosso Criador.

         - Concomitantemente estas ideias, sem concessões, assinaladas por Gabriel Matzneff, em A Jeune Moabite, Gallimard, página 405: “Jai tant écrit sur la stupeur, l´exaspération que suscite en moi l´incroyable baratin des curés sur “la famille chrétienne” alors que le Christ n´a jamais cessé un instante, et cela depuis sa fugue a l´âge de douze ans, d´exprimer le dédain que lui inspirent les liens familiaux, je ne vais pas me répéter ici, je me borne a noter que les mots “Christ” et “famille” sont antinomiques, qu´un synode sur la “famille chrétienne” est une bouffonnerie, et que le pavé lancé par ce Mgr Charamsa (prelado polaco, oficial da Congregação da Doutrina para a Fé e professor em várias universidades pontifícias) dans la mare des grenouilles de bénitier est un bonbon pour l´esprit.”


         - O mundo está como está, mas neste pobre país alimentado pela overdose da corrupção futebolística, os noticiários abrem com o jogo entre os dois principais clubes!