sábado, dezembro 09, 2017

Sábado, 9.

Por mero azar aconteceu ligar a televisão no momento em que a urna de Johnny Hallyday chegava a Place de la Madeleine. Lambi o ecrã de um olhar breve. Depois, fixando melhor as imagens, fui ficando, emocionado e surpreendido, com a multidão que atapetava a célebre praça e as ruas confinantes. O cantor era crente e, por isso, pediu uma missa e a mulher um adeus popular. Assim o cortejo fúnebre veio do Arco do Triunfo até à igreja onde eu tantas vezes me recolho quando estou em Paris. Dentro de Sainte Marie  de la Madeleine, com a nave central cheia, Macron proferiu a sua evocação muito bem escrita, seguido de Philippe Labro com outro texto de antologia. Cerimónia litúrgica comovente, a provar que a nossa bela religião católica nos irmana a todos em vida como na eternidade. Johnny era um homem de fé. A sua entrada no Paraíso fez-se ao som das suas magníficas canções que deste lado um milhão de pessoas entoou em sua memória.