Sábado,
9.
Por
mero azar aconteceu ligar a televisão no momento em que a urna de Johnny
Hallyday chegava a Place de la Madeleine. Lambi o ecrã de um olhar breve. Depois,
fixando melhor as imagens, fui ficando, emocionado e surpreendido, com a
multidão que atapetava a célebre praça e as ruas confinantes. O cantor era
crente e, por isso, pediu uma missa e a mulher um adeus popular. Assim o
cortejo fúnebre veio do Arco do Triunfo até à igreja onde eu tantas vezes me
recolho quando estou em Paris. Dentro de Sainte Marie de la Madeleine, com a nave central
cheia, Macron proferiu a sua evocação muito bem escrita, seguido de Philippe
Labro com outro texto de antologia. Cerimónia litúrgica comovente, a provar que
a nossa bela religião católica nos irmana a todos em vida como na eternidade. Johnny
era um homem de fé. A sua entrada no Paraíso fez-se ao som das suas magníficas
canções que deste lado um milhão de pessoas entoou em sua memória.