Domingo, 10.
Espero
ter tempo e talento para escrever dois ou três livros que se me impõem. Este que
estou a escrever, O Matricida e um
outro que vem ocupando cada vez mais o resto de neurónios que sobejam daqueles dois:
Fantasmagorias. É a história de um
homem sério, sensato, que constrói continuamente um mundo mental vaporoso.
- Passou uma semana
sem que eu me decida a cumprir aquilo que prometi de Paris por e-mail ao “meu”
editor: marcar um encontro logo que chegasse.
- A meteorologia promete-nos a visita
de uma tempestade com o nome da personagem de O Desespero dos Dias Felizes – Ana. Tenho uma mimosa que cresceu
exponencialmente e ao crescer inclinou-se numa vénia que a ameaça ajoelhar no
chão. Já não estaciono o carro debaixo dos seus belos e largos ramos e temo,
devido à proximidade, pela casa e laranjeiras. Já contratei um técnico bombeiro
para a vir cortar, mas tenho de esperar pelo bom tempo.
- Virgílio, com quem vou almoçar
amanhã, dizia-me que está farto, que só quer dormir, mas não consegue. Está
farto de estar só, a morte é uma saída airosa. Pobre artista que o desespero
impede de ver o número de amigos que o amam.