domingo, dezembro 10, 2017

Domingo, 10.
Espero ter tempo e talento para escrever dois ou três livros que se me impõem. Este que estou a escrever, O Matricida e um outro que vem ocupando cada vez mais o resto de neurónios que sobejam daqueles dois: Fantasmagorias. É a história de um homem sério, sensato, que constrói continuamente um mundo mental vaporoso.

             - Passou uma semana sem que eu me decida a cumprir aquilo que prometi de Paris por e-mail ao “meu” editor: marcar um encontro logo que chegasse.

         - A meteorologia promete-nos a visita de uma tempestade com o nome da personagem de O Desespero dos Dias Felizes – Ana. Tenho uma mimosa que cresceu exponencialmente e ao crescer inclinou-se numa vénia que a ameaça ajoelhar no chão. Já não estaciono o carro debaixo dos seus belos e largos ramos e temo, devido à proximidade, pela casa e laranjeiras. Já contratei um técnico bombeiro para a vir cortar, mas tenho de esperar pelo bom tempo.


          - Virgílio, com quem vou almoçar amanhã, dizia-me que está farto, que só quer dormir, mas não consegue. Está farto de estar só, a morte é uma saída airosa. Pobre artista que o desespero impede de ver o número de amigos que o amam.