Quarta, 6.
Andam
aí dois homens que são especialistas em fogo controlado. Estão a queimar o mar
de palha de eucalipto deixado pelo abate das árvores. Pelo que percebi vão a
todo o lado que os chamem. Um deles contou-me que há anos, no tempo em que o
ex-marido de Bárbara Guimarães a contas com a justiça por violência doméstica
era Ministro da Educação, foram chamados a Viseu para cortar a eito árvores em
muitos quilómetros ao longo da estrada. A dada altura porém, recebem ordens
para contornar uma propriedade com indicação para não tocar nas árvores – o
terreno era do ministro Manuel Carrilho. E deste modo vai a democracia sem
nenhum, absolutamente nenhum, paralelo com o salazarismo.
- Mário Centeno foi eleito para
presidir ao Eurogrupo, substituindo aquela figura parda que tem um nome
impossível de pronunciar e escrever: Jeroen Dijssembloem. O nosso ministro
merece o prestigio porque me parece um homem honesto, sério e competente
(espero não me arrepender destes adjectivos qualificativos). Ponto final? Não.
A nossa União é vergonhosa e descarada até dizer chega. Primeiro, disseram
raios e coriscos de Centeno, estiveram contra a política financeira por ele
implementada, em tudo contrária aos pareceres dos iluminados tecnocratas de Bruxelas,
agora elegem-no para Presidente. Dá para entender? Não dá. A impressão que
ficamos, é que andam todos em carrossel, a defender os seus interesses e
cargos, sem uma política coerente para a Europa do euro.