quarta-feira, dezembro 06, 2017

Quarta, 6.
Andam aí dois homens que são especialistas em fogo controlado. Estão a queimar o mar de palha de eucalipto deixado pelo abate das árvores. Pelo que percebi vão a todo o lado que os chamem. Um deles contou-me que há anos, no tempo em que o ex-marido de Bárbara Guimarães a contas com a justiça por violência doméstica era Ministro da Educação, foram chamados a Viseu para cortar a eito árvores em muitos quilómetros ao longo da estrada. A dada altura porém, recebem ordens para contornar uma propriedade com indicação para não tocar nas árvores – o terreno era do ministro Manuel Carrilho. E deste modo vai a democracia sem nenhum, absolutamente nenhum, paralelo com o salazarismo.   


         - Mário Centeno foi eleito para presidir ao Eurogrupo, substituindo aquela figura parda que tem um nome impossível de pronunciar e escrever: Jeroen Dijssembloem. O nosso ministro merece o prestigio porque me parece um homem honesto, sério e competente (espero não me arrepender destes adjectivos qualificativos). Ponto final? Não. A nossa União é vergonhosa e descarada até dizer chega. Primeiro, disseram raios e coriscos de Centeno, estiveram contra a política financeira por ele implementada, em tudo contrária aos pareceres dos iluminados tecnocratas de Bruxelas, agora elegem-no para Presidente. Dá para entender? Não dá. A impressão que ficamos, é que andam todos em carrossel, a defender os seus interesses e cargos, sem uma política coerente para a Europa do euro.