domingo, dezembro 17, 2017

Domingo, 17.
O cortador de árvores é um português típico: casado com uma mulher mais velha vinte anos, que do primeiro casamento trouxe três filhos e fez dois com o nosso bombeiro, come desalmadamente, nada mais que sete costeletas numa refeição, cinco febras, bebe sem refreio, enfarda duas lagostas duma vez, dois quilos de gambas duma assentada, dorme pouco, trabalha muito, é reinadio, gosta de karaoke, bailes, tem 400 de colesterol e não se importa, é magro e musculado, se preciso for fuma de enfiada dois maços de tabaco, é de uma simpatia contagiante, bom profissional, ama a mulher desde a primeira hora, tem um harém de amigos com quem faz noitadas quando não trabalha até às cinco da manhã na recolha do lixo ao serviço da Câmara, é nervoso e vive montado num sistema febril desgastante. Quando lhe faço notar que tem a vida do avesso, responde-me com um largo sorriso: “Morro quando tiver que morrer.”


         - Excelente homília esta manhã do celebrante na bela igreja do Senhor do Bonfim. Tratava-se do evangelho de João a propósito da vinda de Jesus trilhada por João Batista. A dissecação das palavras do Evangelista, traduziram uma inteligência que nos transporta ao tempo de Cristo com a precisão de quem fala com conhecimento de causa e fá-lo não para nos tratar de coitadinhos, mas para nos integrar no pensamento e obra do Criador.