sábado, dezembro 16, 2017

Sábado, 16.
Os camaleões políticos que nos governam. Quem não se lembra dos raios e coriscos que os nossos inestimáveis dirigentes disseram dessas centrais do concluiu que são as agências de rating. De todos os quadrantes, da direita à esquerda, os adjectivos de negação variavam consoante estavam no poder ou na oposição. Pois agora há como que um coro de glória às empresas que falam e tecem laudas ao capital, só porque tiraram Portugal do lixo onde elas próprias o colocaram. Deixámos de ser lixo, para nos transformarmos num produto de qualidade como perfume ou caviar. Os socialistas que reclamam o mérito e no tempo da troika disseram os piores impropérios delas, exibem sorrisos, reclamam vitória e dizem que o país só tem que se congratular com o sucesso, a riqueza está com os seus tentáculos a seduzir pobres e sobretudo ricos. Marcelo,  contudo, é a única voz que pede humildade, contenção e diz aos socialistas que pensem naqueles que ficaram sem nada no Verão dramático devido à incúria do sistema e do executivo e se queixam da burocracia para receberem dez reis mel coados. E se me permitem, eu acrescento os dois milhões de pobres para quem estas fantasias não põem o pão na mesa nem a dignidade na pessoa. Du n´importe quoi.   

         - Num só mês, morreram mais de 6000 rohingya. Nem a palavra do Papa conseguiu travar o genocídio. O resto do mundo está-se nas tintas. Impera o terror do muçulmano que à conta da barbárie jihadista é sacudido de todo o lado. As crianças são as principais vítimas. Na Birmânia como noutras partes.


         - Tal como ficou a quinta depois do corte dos arbustos e da mimosa, é como se me tivessem rasgado os horizontes dos primeiros tempos quando aqui cheguei excitado pela beleza e pacatez do sítio. Agora não tenho o muro de vegetação a tapar as vistas que sobem até ao castelo lá no alto, nem vou viver o verão derradeiro entre o medo e a revolta pelo desleixo do meu vizinho. As laranjeiras, limoeiros, figueiras e outras árvores vão poder respirar e ver a luz do sol sem o guarda-sol das infestantes que jazem em pedaços por todo o lado e abatem a despesa em lenha para a lareira. Tenho para dois anos.