sábado, outubro 01, 2016

Sábado, 1 de Outubro. Já!
Volta que não volta, encontro na Brasileira misturado com o grupo de pintores e jornalistas que me recebe de braços abertos, um sujeito que eu saúdo deste modo: “Bom dia, senhor capitalista. Então por cá!” O homem sorri abrindo levemente a boca e agradecendo o cumprimento sem se desfazer. É uma figura de velho que rondará os oitenta anos, sempre impecavelmente vestido de fato completo e gravatas a condizer, um corpo franzino e baixote, onde se esconde a delicadeza dos afectos e se mistura uma ponta de reserva mal assumida. O que faz ele entre nós, quando é visível as suas preferências pela direita, o seu modo de expor o que o preocupa, quase só pequenas questões bancárias, conflitos com os inquilinos dos seus muitos apartamentos e pouco mais. Contudo, esta semana, foi possível saber pela sua boca sem lábios, que havia sido presidente de uma federação desportiva e ele próprio é ainda hoje grande atleta, com cuidados continuados com a saúde e o bem-estar. Mais: não toma qualquer medicamento, há vinte anos que não vai ao médico, mora no Guincho e levanta-se todos os dias às cinco da manhã, faz um passeio pedestre, mete-se no carro para chegar de boa hora ao Cais do Sodré, onde a mulher tem uma loja de pronto-a-vestir de alto coturno, e ele uma mancheia de afazeres que não especificou. Quando o provoquei sobre a qualidade de vida que é a sua, respondeu: “Você não deve andar longe desta ginástica diária! – Como assim, disse eu. – Basta olhar para si, com esse físico, para se perceber que tem todos os cuidados e mais um!” Entupi. Depois a conversa entrou pelos ginásios e os métodos por eles empregados para trabalhar os corpos. Com o qual ele está em desacordo e eu comungo da sua visão. De facto, o corpo trabalhado à força da maquinaria não traz nada de bom, uma vez que força ou desvia ou contorna no tempo e na sua aplicação a massa muscular, que devia sentir os exercícios praticados pelo ginasta utilizando apenas as capacidades do seu corpo.

         - Marcelo vetou o diploma do sigilo bancário. Foi a melhor decisão. Ao travar os delírios de António Costa e do Partido Socialista, impede que o Bloco tenha veleidades que não se coadunam com o Portugal de hoje onde todos nós já estamos vastamente controlados e os que merecem sê-lo já a lei autoriza. E se alguém deve desconfiar de alguém, são os portugueses do Estado que é o seu primeiro ladrão, opressor, autoritário e fascista. Os princípios em que o Presidente se baseou para vetar a sandice, é que não me agradaram: banca e investimento. Esquecendo a essência primeira de qualquer lei, poder ou nação – o seu povo.


         - António Costa tem sabido ludibriar meio mundo. Partindo da esmola que restituiu nos salários e pensões, pensa que se eterniza como o justiceiro e que o povo contente, reverente e agradecido, o salva à sua passagem. Acontece porém, que não tarda a astúcia será descoberta, porque é impossível que as pessoas não sintam frio nos pés de tanto puxarem o cobertor que não cobre todo o corpo. Eu ando por aí e ouço a tristeza que cada vez mais vai invadindo os dias dos empregados e reformados, as queixas dos comerciantes. Sim, o ordenado foi restituído quando devia também ser aumentado e os impostos diminuídos. Mas Costa quer a todo o custo fazer frente a Bruxelas, manter-se no poder, e para isso vai sacrificar dez milhões de portugueses lançando toda a sorte de impostos até já não existir na mão dos contribuintes um tostão do ordenado “reposto por uma questão de justiça social”.