domingo, outubro 09, 2016

Domingo, 9.
Vivamos de acordo com o nossos princípios, esses princípios que nos edificaram na infância. Deixemos ao tempo o trabalho de nos classificar. O que tiver de ser nosso, será. Três itens que sempre me nortearam e sobre os quais assenta a minha conduta. À parte isso, sou o que as circunstâncias quiseram fazer de mim. Na hora actual, nada mais me importa que ser um pouco melhor todos os dias e sair de cena banhado do silêncio claro das alvoradas.

         - O tufão com nome humano, deixou para cima de novecentos mortos à sua passagem pelo Haiti. Os Estados Unidos e a Europa mandaram mantimentos e ajuda humana. Mas a tragédia é tanta e já vinha de trás, que aquilo que se pode fazer por aquele povo é juntar uma palavra de conforto e os crentes uma oração.  

         - Trump está acusado de ter “maltratado” as mulheres e a senhora Clinton agarrou-se à loucura do macho impotente e grampa por aí acima até ao poder. Em verdade são duas cartas fora do baralho. Eu não vou nessa. A falsa moralidade que a América usa e abusa, é a mesma que todos os homens e mulheres utilizam quando ensandecidos nos seus relacionamentos amorosos. Uma coisa são as palavras que se usam no contexto e no jogo amoroso, ou na gabarolice do machista, outra é maltratar a mulher física e psicologicamente. E nem entro em detalhes quanto ao marido, na altura presidente dos Estados Unidos. Esse nem fazia uso das palavras, ia directo ao assunto. E tratando-se de duas pessoas adultas, espero que tenham gozado de prazer... A política assenta hoje numa moral podre, onde vale tudo até exibir na praça pública aquilo que não devia sair do quarto de cada um.


         - Volta que não volta, lá vem a lengalenga dos coitadinhos que vivem sós, perdão, sozinhos. O Público de hoje vai ao ponto de dizer que são os que mais fumam. Viver só é para os falsos misericordiosos que a Igreja alimenta, uma tragédia onde eles podem enaltecer a sua fingida caridade. Eu conheço muita gente que escolheu o celibato e não fuma, é independente, activa e equilibrada. Pelo contrário, até onde o meu discernimento vai, o que vejo é o acasalamento como uma pusilanimidade. A vida pode ser muitas vezes mais difícil para aquela ou aquele que escolheu viver só, mas é infinitamente mais criadora, mais explosiva do ponto de vista da liberdade e mantem-nos por mais tempo afastados das doenças degenerativas, da monotonia, das chateza dos relacionamentos, dos imprevistos figadais, das torturas psicológicas que com a idade dizimam os dias. Desde que uma pessoa esteja em seu perfeito juízo e sem doenças dependentes de terceiros, sou apologista e faço doutrinação para que construa o seu próprio mundo e resista a fazer do matrimónio a bengala dispensável à sua existência. Não queiram ser como milhares de faz-de-conta que utilizam o casamento para esconder as pequenas misérias da sua natureza sexual, e são por via disso uns cromos insuportáveis.