sábado, outubro 15, 2016

Sábado, 15.
O Figaro de ontem trazia este título: “Les délires des médias russes sur une 3e. guerre mondiale.” O problema é saber se se trata mesmo de delírio, ou se estamos ante uma ameaça real, quando vemos as nações a abastecer-se de armamento como há muitos anos não acontecia. Diz o jornal que a Síria pode ser a porta de abertura para um conflito com o Ocidente. Por seu lado, os russos temem um ataque dos Estados Unidos, atendendo às acusações sobre quem bombardeia quem em Alepo. Hollande está em fraca posição para aquilo a que aqui se chamam as Primárias. Quer por isso fazer-se forte e escolheu a Rússia para mostrar aos franceses a sua autoridade. Não nos esqueçamos que todas as guerras começam assim. Basta um pequeno nada para que o monstro se propague por todo o lado.

         - A temperatura tem estado entre os 7 e os 13 graus, frio portanto. Não obstante, só hoje será ligado o aquecimento central e eu poderei ficar mais confortável. Dia 15 é o dia oficial e ponto final. Quem impôs esta data? A Annie ou o Robert? No jogo que eles concebem enxotando o frio e as culpas, nunca saberei. Pouco importa. Eles são tão adoráveis que disfarço o desconforto com um assobio quando me deito entre lençóis.


         - Tudo muda, as fantasias caem por terra, a realidade descobre o logro. Quando cheguei ao aeroporto Charles de Gaulle, parecia que estava nos anos Oitenta. Controlos por todo o lado, filas indianas para fiscalizar sacos, bolsos tudo à saída da manga de chegada, passageiros impacientes, cansados, arreliados por perderem ligações, etc. A velha União Europeia que fez jus à liberdade, às fronteiras abertas, às deslocações livres entre povos, ao Tratado de Schengen em suma, ei-la de retorno ao passado, humilhada, abatida pela derrota do mundo cruel  que cobre os devaneios e anula as ambições e os delírios repondo nos carris a lógica da vida e a sábia conduta entre nações independentes.