sexta-feira, dezembro 25, 2015

Sexta, 25.
Saúde. Há duas ou três semanas a revista Visão trazia várias páginas sobre as perspectivas de tratamentos e formas de pensar a profilaxia. Se os meus leitores se lembram, em 27 de Julho deste ano, louvei o Dr. Manuel Pinto Coelho que escreveu um artigo no Público que provocou a cólera de outros colegas que adoram a prescrição de drogas diria como modo de ganhar a vida e provar que são competentes. Se o que dizem os seus confrades à revista é verdade, é de acreditar que ele teve razão em tudo o que disse sobre o colesterol, por exemplo. Eu não tenho dúvidas e cada vez tenho mais certezas, sobretudo quando observo o que se passa na actividade médica, que muitos dos clínicos estão ao serviço de multinacionais farmacêuticas sem escrúpulos. (No caso das estatinas gastavam-se em 2011 69,6 embalagens, em 2014 91,4.) Por esta altura, sendo Natal, quantas viagens lhes são propostas, como televisões, smartphones, computadores e toda essa parafernália que tanto jeito dá aos filhos exigentes e insatisfeitos em troca da prescrição de tal ou tal medicamento! Eles vendem-se por coisas insignificantes, por merdelhices, pobres coitados! Longe vai o João Semana das Pupilas do senhor Reitor limitado de ideias, mas abnegado médico! Agora é o impulso da ganância que, sendo sub-reptício, é mais difícil de detectar. Se antes era a consciência a orientar o acto da medicina, hoje é o lucro a nortear o charlatão. A prova é que eles partem tranquilíssimos para o fim-de-semana deixando atrás de si um rasto nauseabundo a morte. A Ordem que os sustem, também pretende iludir o pagode, ao remeter para o anterior ministro da Saúde as culpas da falta de verbas, a charlatanice partidária aproveita-se. Uma treta. Os hospitais do Norte são disso a prova. Vou citar o pai do SNS, António Arnaut, ao jornal i de hoje: “Não vá dizer-se que o Sistema Nacional de Saúde falhou. Falharam pessoas.”

         - Quem dera, como diz o poeta, que o Natal fosse todos os dias. Desse modo, teria significação a vida e a morte do Criador que nos deu a vida. Sacrossanta dádiva que devia ser usufruída como o mais belo e único bem terrestre. Se é verdade que tenho muitos leitores no meio hospitalar, que algum leve aos inumanos neurocirurgiões esta evidência sagrada. 


         - Eu percebo a tática do PS ao esbanjar rios de dinheiro para acudir àquilo a que eles dizem ter sido as injustiças sociais do PSD. Que houve muitas eu próprio me encarreguei de as denunciar aqui. Agora, parece que de repente o país virou rico e generoso e toca de distribuir dinheiro à tripa forra. Há nisto uma atitude demagógica perigosíssima. A astúcia de António Costa é esta: não acreditando nas esquerdas que o sustêm, antecipa novas eleições lá para Março e, perdulário como tem sido, pensa assim ter de novo o poder no papo. Senhor primeiro-ministro, vossa excelência é só estratégicas, mas ideias e consciência, objectivos e responsabilidades zero.