Sexta,
25.
Saúde.
Há duas ou três semanas a revista Visão trazia várias páginas sobre as
perspectivas de tratamentos e formas de pensar a profilaxia. Se os meus
leitores se lembram, em 27 de Julho deste ano, louvei o Dr. Manuel Pinto Coelho
que escreveu um artigo no Público que provocou a cólera de outros colegas que
adoram a prescrição de drogas diria como modo de ganhar a vida e provar que são
competentes. Se o que dizem os seus confrades à revista é verdade, é de
acreditar que ele teve razão em tudo o que disse sobre o colesterol, por
exemplo. Eu não tenho dúvidas e cada vez tenho mais certezas, sobretudo quando
observo o que se passa na actividade médica, que muitos dos clínicos estão ao
serviço de multinacionais farmacêuticas sem escrúpulos. (No caso das estatinas
gastavam-se em 2011 69,6 embalagens, em 2014 91,4.) Por esta altura, sendo
Natal, quantas viagens lhes são propostas, como televisões, smartphones,
computadores e toda essa parafernália que tanto jeito dá aos filhos exigentes e
insatisfeitos em troca da prescrição de tal ou tal medicamento! Eles vendem-se
por coisas insignificantes, por merdelhices, pobres coitados! Longe vai o João
Semana das Pupilas do senhor Reitor
limitado de ideias, mas abnegado médico! Agora é o impulso da ganância que,
sendo sub-reptício, é mais difícil de detectar. Se antes era a consciência a orientar
o acto da medicina, hoje é o lucro a nortear o charlatão. A prova é que eles
partem tranquilíssimos para o fim-de-semana deixando atrás de si um rasto
nauseabundo a morte. A Ordem que os sustem, também pretende iludir o pagode, ao
remeter para o anterior ministro da Saúde as culpas da falta de verbas, a
charlatanice partidária aproveita-se. Uma treta. Os hospitais do Norte são
disso a prova. Vou citar o pai do SNS, António Arnaut, ao jornal i de hoje: “Não vá dizer-se que o
Sistema Nacional de Saúde falhou. Falharam pessoas.”
- Quem dera, como diz o poeta, que o
Natal fosse todos os dias. Desse modo, teria significação a vida e a morte do Criador
que nos deu a vida. Sacrossanta dádiva que devia ser usufruída como o mais belo
e único bem terrestre. Se é verdade que tenho muitos leitores no meio
hospitalar, que algum leve aos inumanos neurocirurgiões esta evidência
sagrada.
- Eu percebo a tática do PS ao
esbanjar rios de dinheiro para acudir àquilo a que eles dizem ter sido as
injustiças sociais do PSD. Que houve muitas eu próprio me encarreguei de as
denunciar aqui. Agora, parece que de repente o país virou rico e generoso e
toca de distribuir dinheiro à tripa forra. Há nisto uma atitude demagógica
perigosíssima. A astúcia de António Costa é esta: não acreditando nas esquerdas
que o sustêm, antecipa novas eleições lá para Março e, perdulário como tem
sido, pensa assim ter de novo o poder no papo. Senhor primeiro-ministro, vossa
excelência é só estratégicas, mas ideias e consciência, objectivos e
responsabilidades zero.