Sexta, 11.
É
na televisão que hoje se joga o destino de uma nação e muitas vezes o futuro
individual. Quem detestar aparecer naquela bocarra aberta à vulgaridade não
existe, não conta para nada. Por isso, Marcelo Rebelo de Sousa tem já a cadeira
garantida em Belém. A democracia não é para aí chamada, as ideias muito menos,
só o espectáculo importa e quanto mais mundano e superficial melhor. Ora, como
o candidato está encontrado – as sondagens assim indicam – não vou perder o meu
caro tempo a deslocar-me à mesa de voto. Onde não há democracia, não há
eleitores. Basta a manjedoura onde estão por assim dizer todas as noites milhões
a comer os enlatados ideológicos e políticos cozinhados pelas inteligências mentoras
do povo.