quinta-feira, dezembro 17, 2015

Quinta, 17.
Esta semana tem sido um corrupio quase diário a Lisboa. Decidi começar a bater-me por Madame Juju e de súbito eis que tenho sete editores, entre grandes e pequenos, interessados em ler o romance. Feliz? Claro. Muito. A ver vamos se no final a fartura não me deixa à beira do desespero. Bom.    
    

          Por outro lado, interiormente, alimento a ideia de, tal como ao longo destes últimos dois anos e meio fui desabafando com os meus leitores as dores do parto que Madame passou para mim, também agora quero fazê-los cúmplices das alegrias ou desânimos do crescimento e apartação deste filho muito amado. Creio que com isto, posso igualmente ser útil àqueles leitores que me contactam pedindo-me ajuda para a publicação das suas criações literárias. Nesta selva intelectual, quem como eu pensar pela sua própria cabeça, for independente, não bajular, não for cínico, terá de escalar a montanha com o suor e as dores do seu corpo e da sua mente, quero dizer, contando apenas com o seu talento intrínseco. Muitas vezes tenho dito aqui e aos amigos mais chegados a estas reflexões: para mim o importante nesta escala de valores, o mais sublime, o mais sagrado é a escrita - tudo o resto é acessório.