Sábado, 19.
A pouco e pouco vai-se instando as
divergências, não tarda acontece o desquite. O PS como se previa, anda a um mês
de ter subido ao poleiro, a fazer o contrário do que prometeu ao eleitorado; a
esquerda – PCP e BE – afinfam-lhe a reprimenda na Assembleia com votação contra
as suas propostas. Este equilíbrio instável, dura até quando? Desta vez não há
mistério.
- Tenho apreciado o comportamento de Passos Coelho desde que o
empurraram da cadeira de S. Bento. O homem faz a diferença não só quando esteve
no Governo como fora dele. Há nele uma dignidade que não exibe, uma dor
contida, um ofusque que brilha. Com ele a gente sabe ao que vai. Podemos
concordar (eu nem sempre concordo), mas não somos de todo enganados. Porque a
mim o que mais me fere, é quando sou atacado nos princípios, é ver darem-me
gato por lebre, é falarem-me de ideologias e praticarem outras completamente
opostas, é tomarem-me por parvo e idiota, é quererem convencerem-me de algo em
que nem eles próprios acreditam. É um facto que há muito amadorismo entre a
classe política, mas ainda assim os melhores da tribo nem sempre são os
chamados, pela simples razão - eles são os que mais se opõem ao populismo e à
publicidade enganosa, em certo sentido são uma afronta à demagogia praticada
pelos ávidos do poder.
- Os contribuintes andam suspensos do que vai acontecer a mais um banco
nacional. Provavelmente virá por aí mais um chinês que o comprará a preço de
saldo como forma de lavagem de dinheiro às claras. Portugal está a
transformar-se numa espécie de paraíso da candonguice. Ainda há duas semanas
soubemos de um ricaço que entrou aí a comprar uma companhia de seguros e um
hospital. Ninguém perguntou ao homem de onde vinha tanto dinheiro como, de
resto, algum político se dignou inquirir como arranjou tanta massa a menina
Isabel dos Santos. O resultado é que o capitalista chinês foi preso pelo
Governo que detectou falcatruas até dizer chega. Estou em pulgas para ver como
tudo isto vai findar. Embora esteja certo que sobra para nós, contribuintes.
Como é habitual.