terça-feira, junho 23, 2015

Terça, 23.
Há dias que a Europa anafada do euro, traz suspenso o mundo e sobretudo os gregos da sua benedita decisão de atirar ou não borda-fora a Grécia. Eu faço ideia a pressão, as ameaças, as injúrias, as arrogâncias e humilhações por que passou Alexis Stipras e o seu ministro da Economia! Se nos lembrarmos do tempo do grosseiro Sarkosy, que deixou horas à espera George Papandreou como se ele fosse seu lacaio, podemo-nos aproximar do martírio desta brava equipa que heroicamente se bateu contra os tubarões contabilistas de classe média e cérebros entorpecidos de números. É uma espécie miserável, uma máfia corrupta, mal formada, convencida da importância da riqueza como único e soberano valor que distingue um povo e uma nação. Não sei que futuro tem a Grécia no seio da UE, mas sei que esta enquanto maior logro deste século, não tem futuro, cairá em qualquer altura. Disso estou absolutamente certo.

         - Quando nos cruzamos com alguém generoso, que respira bondade e honestidade, como é o caso do Eduardo, parece que somos inundados de felicidade e de uma terna sensação de que a vida flui solta entre terra e céu. O modo como ele me falou do filho, dezasseis anos, da sua preocupação com o exame de biologia, sentimos o impulso de o abraçar e dar-lhe alento a ele e ao primogénito. Levei-lhe um saco de ameixas vermelhas e ele, no seu modo humilde e simples, disse: “Para que se esteve a incomodar!” Estas palavras, ditas como ele as pronunciou, deixaram-me no limite da comoção.


         - Como anda este cadáver? Por suposto bem. Peso: 64,5 kg; tensão: 11,9 – 6,3 – 64. Acresce que colesterol não corre (ainda) no meu sangue, isto sem, até à data, reafirmo até à data, um único medicamento. Sempre acreditei que somos o que comemos. As doenças entram-nos pela boca. A minha dietética de vida é das mais simples, contida e bela porque recuso todos os exageros. Dormir bem, comer pouco, trabalhar muito, praticar natação, viver livre e só – eis os antídotos potentes contra a desgraça.