Terça, 23.
Há dias que a Europa anafada do euro,
traz suspenso o mundo e sobretudo os gregos da sua benedita decisão de atirar
ou não borda-fora a Grécia. Eu faço ideia a pressão, as ameaças, as injúrias,
as arrogâncias e humilhações por que passou Alexis Stipras e o seu ministro da
Economia! Se nos lembrarmos do tempo do grosseiro Sarkosy, que deixou horas à
espera George Papandreou como se ele fosse seu lacaio, podemo-nos aproximar do
martírio desta brava equipa que heroicamente se bateu contra os tubarões
contabilistas de classe média e cérebros entorpecidos de números. É uma espécie
miserável, uma máfia corrupta, mal formada, convencida da importância da
riqueza como único e soberano valor que distingue um povo e uma nação. Não sei
que futuro tem a Grécia no seio da UE, mas sei que esta enquanto maior logro
deste século, não tem futuro, cairá em qualquer altura. Disso estou
absolutamente certo.
- Quando nos cruzamos com alguém generoso, que respira bondade e
honestidade, como é o caso do Eduardo, parece que somos inundados de felicidade
e de uma terna sensação de que a vida flui solta entre terra e céu. O modo como
ele me falou do filho, dezasseis anos, da sua preocupação com o exame de
biologia, sentimos o impulso de o abraçar e dar-lhe alento a ele e ao
primogénito. Levei-lhe um saco de ameixas vermelhas e ele, no seu modo humilde e
simples, disse: “Para que se esteve a incomodar!” Estas palavras, ditas como
ele as pronunciou, deixaram-me no limite da comoção.
- Como anda este cadáver? Por suposto bem. Peso: 64,5 kg; tensão: 11,9 –
6,3 – 64. Acresce que colesterol não corre (ainda) no meu sangue, isto sem, até
à data, reafirmo até à data, um único medicamento. Sempre acreditei que somos o
que comemos. As doenças entram-nos pela boca. A minha dietética de vida é das
mais simples, contida e bela porque recuso todos os exageros. Dormir bem, comer
pouco, trabalhar muito, praticar natação, viver livre e só – eis os antídotos
potentes contra a desgraça.