Segunda, 29.
No número dos infelizes que morreram na
praia de Sousse, encontra-se uma portuguesa do Norte. A senhora era cá das
minhas. Com 77 anos, partiu, só, perdão, sozinha para um curto período de
férias, facto notável para um povo que vive sempre a reboque de alguém ou de
qualquer coisa. Que Deus a tenha porque merece a Sua protecção, uma vez que
livre e independente, praticou a vida na sumptuosidade dos dias felizes do
Verão.
- A propósito. Quem aqui aparece em aluviões, são os mosquitos. Não é
ainda os alúvios que tive no Cairo, quando tinha de pedir-lhes licença para se
afastarem de modo a vencer a cortina espessa que formavam no hall do meu quarto
do hotel Piramide. Mas estes que a canícula instalou cá em casa como, de resto,
os do Egipto, não querem nada comigo. Admiro-os a pousarem nas minhas pernas
nuas, mas não se atrevem a picá-las. Nunca fui mordido por um mosquito. Nem
mesmo uma noite no Cairo quando jantámos ao ar livre, junto à piscina do hotel.
A ruindade é sempre uma defesa... natural.
- Na ordem do dia tem estado mais uma revelação de Julien Assange do
Wikilleaks. O bravo homem revelou que os americanos escutaram os últimos três
presidentes da França, Hollande incluído. Que fez a França governada pelo titubeante
socialista? Berrou um pouco como se esperava e depois? Nada.
- Em Taiwn sofreram graves queimaduras 500 pessoas quando se divertiam
num parque de diversões ao ar livre. Não se sabe como aconteceu aquele
autêntico inferno: se devido às altas temperaturas, aos potentes projectores ou
a um pó que foi lançado sobre o recinto e em contacto com os holofotes provocou
o desastre.
- Os mercados são hoje as divindades omnipresentes e vigilantes, a
senhora Merkel a sacerdotisa que os celebra.