segunda-feira, junho 29, 2015

Segunda, 29.
No número dos infelizes que morreram na praia de Sousse, encontra-se uma portuguesa do Norte. A senhora era cá das minhas. Com 77 anos, partiu, só, perdão, sozinha para um curto período de férias, facto notável para um povo que vive sempre a reboque de alguém ou de qualquer coisa. Que Deus a tenha porque merece a Sua protecção, uma vez que livre e independente, praticou a vida na sumptuosidade dos dias felizes do Verão.

         - A propósito. Quem aqui aparece em aluviões, são os mosquitos. Não é ainda os alúvios que tive no Cairo, quando tinha de pedir-lhes licença para se afastarem de modo a vencer a cortina espessa que formavam no hall do meu quarto do hotel Piramide. Mas estes que a canícula instalou cá em casa como, de resto, os do Egipto, não querem nada comigo. Admiro-os a pousarem nas minhas pernas nuas, mas não se atrevem a picá-las. Nunca fui mordido por um mosquito. Nem mesmo uma noite no Cairo quando jantámos ao ar livre, junto à piscina do hotel. A ruindade é sempre uma defesa... natural.

         - Na ordem do dia tem estado mais uma revelação de Julien Assange do Wikilleaks. O bravo homem revelou que os americanos escutaram os últimos três presidentes da França, Hollande incluído. Que fez a França governada pelo titubeante socialista? Berrou um pouco como se esperava e depois? Nada.  

         - Em Taiwn sofreram graves queimaduras 500 pessoas quando se divertiam num parque de diversões ao ar livre. Não se sabe como aconteceu aquele autêntico inferno: se devido às altas temperaturas, aos potentes projectores ou a um pó que foi lançado sobre o recinto e em contacto com os holofotes provocou o desastre.


         - Os mercados são hoje as divindades omnipresentes e vigilantes, a senhora Merkel a sacerdotisa que os celebra.