Quinta, 25.
Volte face na trágico-comédia grega.
Stipras vive no avião entre Atenas e Bruxelas. Exibe um ar cansado e tem de
lutar na frente e na retaguarda. Os credores que ganham milhões com os gregos,
querem mais. São insaciáveis como são os novos-ricos, os sem sapatas que
alcandoraram à magia da riqueza conseguida numa geração à custa da exploração,
da corrupção e do compadrio. É revoltante. Como é possível que o povo europeu
se deixe ludibriar desta forma infame por uma classe de políticos de
meia-tigela, sem ideias, munidos apenas de uma calculadora que os acompanha
para todo o lado. A rir-se estão os financeiros, os banqueiros, que arruinaram
vários países e continuam incólumes e alguns até a serem condecorados como foi
o caso entre nós recentemente. Nenhum está na prisão, todos prosseguem as suas
vidas de luxo, nenhum devolveu o que roubou. Ainda por cima cospem-nos na cara,
riem-se alarvemente entre mafiosos nas nossas costas, têm ao seu serviço a
catadupa de políticos seus aliados. O enorme polvo que a democracia alimentou,
está gordo, estende tentacularmente os seus membros e abraça num amplexo o
triste destino de todos nós. Até quando?