Segunda, 15.
O forte temporal que se abateu na capital
da Geórgia, matou doze pessoas, vinte estão desaparecidas, a par de casas
destruídas ou inundadas, viaturas submersas, desorganizando a cidade e
transformando-a num lago gigantesco onde a água cachoava por todo o lado. Nem o
jardim zoológico escapou com a maior dos animais assustados, macacos afogados, hipopótamos
perdidos, leões mortos, tigres e crocodilos em fuga. Vi na TV5 um animal
pendurado na janela de um prédio de dois andares.
- A Grécia verga, mas não cede. Todos os dias temos notícias da sua
capacidade e coragem em fazer face aos tubarões especuladores que a tentam
destruir. Uma parte da Europa do euro quer que ela deixe o clube dos alienados;
outra tudo faz para a manter dentro das suas fronteiras. Mas Tsipras, apesar de
não saber onde vai buscar o dinheiro que todos lhe recusam, insiste nas suas
razões e penso que irá até ao limite, quero dizer à saída do euro. Aí começará
o fim de uma organização que se perdeu dos fins para que foi criada,
prisioneira do lucro fácil, desumano e criminoso que se instalou por sua culpa
por todo o lado. Nunca os ricos foram tão ricos, nunca os pobres foram tão
miseráveis e a viver no limite da sobrevivência, nunca os impostos foram tão
elevados, transformando cada cidadão num escravo dos Estados. Não me venham com
sondagens, números e gráficos. É tudo falso, composto para fazer perdurar uma
associação que há muito os povos recusam. Só falta acabarem de vez com estado
social que foi a conquista mais valiosa e comummente louvada do pós-guerra. Enquanto
isso, bancos e instituições financeiras roubaram, traficaram, corromperam,
lançaram ao lodo empresas sólidas, e quem pagou foram as populações. Nenhum
político digno desse nome levantou a voz para dizer basta. Todos se encolheram,
porque todos lucraram com isso. A velha máxima to big to fail funcionou às mil maravilhas.