sexta-feira, fevereiro 27, 2015

Sexta, 27.
Esta manhã, da Praça du Bocage ao MacDonald´s na Luísa Todi, fui acompanhado por uma mulher com bom aspecto, que me contou ser vítima de uma outra que lhe queria roubar o marido, marido que ela por sua vez abandonou por indigesto. Nunca abri a boca julgando tratar-se de uma doente mental. A meio do percurso, a senhora pediu-me desculpa “pelo desabafo” e eu acelerei o passo. Estou já sentado no meu lugar a trabalhar quando, de súbito, para descansar a cabeça, levanto os olhos do computador, varro com o olhar as redondezas, e que vejo eu? a pobre criatura no outro lado do restaurante a ler o Público. Olhei-a com curiosidade e percebi que de louca não tinha nada. Pelo contrário, parecia uma cidadã normal, que se interessa pelo que vai no mundo. Que conclusão tirar? Eu tenho uma entre decerto muitas outras: ainda bem que não escolhi o casamento para ser feliz.

         - Esta palmeira foi a primeira árvore que eu plantei quando aqui cheguei há trinta anos. Já tinha escrito vários livros e faltava-me plantar uma árvore para cumprir o que se diz ser dever de um homem autêntico. Fica a faltar o querido filhinho. Mas quanto a isso... silêncio.



         - Os broncos da Deach cometeram mais um crime contra a humanidade, ao desfazerem com maçaricos e à picareta peças de arte que datavam de antes de Jesus Cristo. O ataque ao Museu de Mossul, é um atentado que feriu de morte séculos de testemunhos de uma civilização que devia merecer o respeito em primeiro lugar deles, porque são a sua história traduzida em peças do período pré-islâmico de uma beleza indiscritível. A fúria é a mesma e o ódio também, daqueles que há uns anos derrubaram no Afeganistão os Budas de Bamiyán.  

         - Se eles não respeitam a sua própria religião, como poderão respeitar as igrejas católicas existentes na Síria. Duas dezenas de mártires cristãos morreram às suas mãos sanguinárias. Nenhum estratagema militar, nenhuma força bélica poderá acabar com animais acossados pelo ódio e a vingança. É isto que a Europa e os Estados Unidos, a China e o mundo árabe terá de perceber para poder desimpedido estruturar um pensamento diferente que não assente apenas no riposte. 


          - “Vai pró raio que ta parte” disse Alfredo Barroso para António Costa, batendo com a porta do partido e devolveu o cartão de sócio. Este é cá dos meus! O pecado do actual secretário do PS, é não ter a mínima preparação para o cargo e fazer do populismo o trampolim da sua ambição. Ainda hei-de ver os socialistas a gritar: “Seguro, volta estás perdoado.”