quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Quinta, 12.
A escrita é na realidade um acto não só sagrado como misterioso. A partir da página 400 poucas são as alterações que fiz, como se a narrativa tivesse sido levada a cabo pelas personagens. A heroína principal tomou literalmente conta da acção e é ela que me empurra na enxurrada de uma personalidade singular que domina não só o centro do romance como empurra o destino de todos os outros personagens gravitem ou não à sua volta.

         - A reunião do Eurogrupo terminou sem que houvesse acordo quanto ao destino da Grécia que os gregos maioritariamente selaram com o seu voto. Nada que me surpreenda. Por todo o lado, os sabichões que em circuito fechado opinam sobre tudo e nada, combinaram entre si ostracizar o competente Governo helénico. Bastava ouvir as declarações de Cavaco Silva que o PS reprovou e bem, embora há duas semanas tivesse recuado e até maldisse-se o programa do novo Governo, assim como as do primeiro-ministro, para se perceber que há um coro consertado para fazer a vida negra aos homens do Syriza.


         - O mesmo coro incapaz de se organizar para combater a fuga aos impostos e o dinheiro sujo depositado no banco HSBC e em paraísos fiscais, com a eficácia do grupo de jornalistas que denunciou milhares de empresas e privados metidos num esquema de lavagem de dinheiro por esse mundo fora, incluindo alguns capitalistas portugueses que, evidentemente, negam.