domingo, fevereiro 15, 2015

Domingo, 15.
É dramático o que se passa na Ucrânia. Nestes dias antes do dito cessar-fogo estabelecido no papel, a guerra redobrou de loucura e muitos foram os que morreram e tantos os edifícios bombardeados, populações desesperadas a fugir do campo de batalha, enfim, uma razia selvagem que não faz acreditar que algo de consistente e humano se segue. Os ódios estão ao rubro e não se percebe como podem as duas partes de um dia para o outro esquecer o que as divide.

         - É, contudo, do lado da arte que a esperança em dias melhor pode vir. A ópera de Donetsk nunca parou. Já antes, nos dias terríveis de outras guerras, o teatro não fechou portas. Ontem, quando os canhões estrondeavam nas imediações, os actores prosseguiram com empenho de forma a que a centena de espectadores presentes não se apercebesse. Faz lembrar os meses que antecederam a chegada de Hitler ao poder, quando os judeus cultos custeavam os espectáculos e a arte em geral numa Alemanha atacada por energúmenos à solta.  

         - Se os grandes jornais estrangeiros – Economist, Times, Observer, Financial Times, Daily Mail – fizessem greve por um mês, o que seria dos nossos queridos analistas políticos e económicos? Entravam também em greve? Ou metiam baixa por afonia?

         - Correia de Campos diz que não compreende porque se aplica o Governo a fazer um ancoradouro para contentores quando nas urgências dos hospitais morrem pessoas. Chapeau, senhor! Diga-me então: e quando o senhor Sócrates, aquele que está preso em Évora, queria fazer um aeroporto aqui perto de minha casa, o TGV, e mais não sei que loucura, quando um milhão de pobres não tinha um prato de sopa para comer se não fosse a Igreja a socorrê-los.


         - Oh, o que nos espera se o seu António Costa ganhar as eleições! O homem é exímio em populismo barato como o nome de Humberto Delgado para o aeroporto de Lisboa, as festas, inaugurações, e ainda por cima parece que é um bom dançarino. Só de ideias e seriedade é que é frouxo, muito frouxo, coitadinho.