quinta-feira, agosto 31, 2023

Quinta, 31.

Somos um país imenso, com a democracia consolidada e crentes que qualquer afronta à nossa liberdade, é prontamente defendida pelos nossos parceiros europeus. Daí que aquilo que exigimos em limpeza de corrupção à Ucrânia, esteja banida desde que entrámos para a UE e nos transformámos num país exemplar onde políticos, gestores, homens de negócios são anjos da mais pura inocência. Daí que aceitemos como normal -dada a nossa dimensão e originalidade -, uma dezena de ditos homens honestos, convencidos que Portugal precisa deles para o governar a partir de Belém. Quase todos fizeram carreira tatibitates na televisão - a tribuna mais em conta e ainda por cima paga a peso de ouro para a realização das suas ambições. A eleição para a Presidência da República ainda vem longe, mas já eles se acotovelam a ver qual ocupará a função. Todos se dizem agora apartidários, mas todos se encostaram ao partido para tomar o poder. Devemos acreditar nesta gente? Ou somos tão pequeninos, tão idiotas, ignorantes e felizes, que aceitamos qualquer pequerrucho que se alcandore ao posto (sem esquecer a sua primeira dama). Marcelo até nisto fez a diferença.  

         - Segundo a Autoridade Tributária, a dívida fiscal incobrável no ano passado, cifrou-se em 904 milhões de euros! Desde 2012 que não se via nada assim. E diz o ministro das Finanças que as contas estão certas; e afirmam os empresários que é com o PS que ganham dinheiro. 

         - Passei uma parte da manhã a rachar lenha e de tarde fiz uns quantos frascos de compota de figo e amora. Sem, contudo, descurar o romance. Terminei, enfim, a cena macabra da relação sexual entre Ana e Ajustes. Para ela preparei o leitor com cerca de dez páginas. A própria cena reescrevi-a (parece-me) quatro vezes. Que mais? Voltei à piscina depois das férias do pessoal. Não havia vivalma. Perguntei porquê: as Festas das Vindimas que começaram hoje. E que mais? O Inverno pode chegar quando quiser porque a maior parte da lenha já se encontra empilhada sob o telheiro. Aqui trabalha-se e muitas vezes sem qualquer motivação; apenas porque a vida tem que continuar e abrandar ou encostarmo-nos, é deixar que os vícios se acomodem, a morte espreite e os dias caiam, derrotados.