domingo, agosto 27, 2023


Domingo, 27.
Marcelo regressou de uma visita à Ucrânia. Que dizer? Pessoalmente nutro sentimentos duplos acerca da sua personalidade e actuação política. Mas sei que tenho de me render à evidência: ele é como é, na sua idade não vai mudar. Sempre o conheci assim, mesmo no tempo em que nos cruzámos nas redacções dos jornais e em acontecimentos públicos. E se me permitem um conselho: que não mude pois de vira-casacas na política já temos que baste. Quando o comparo com todos os seus antecessores, ele é o mais original, aquele que não montou no cargo, não se aproveitou dele, o mais inteligente, o que mais sabe de política, o que encarnou a função como passageira, só, diante de dez milhões de almas, e desconstruiu a figura hierárquica acima de todos e de cada um, apanágio da sinistra excelência professor-doutor-economista-presidente Cavaco Silva. É por assim dizer um cidadão comum investido pela democracia não como o primeiro ( antigamente dizia-se assim e à mulher a primeira dama, coisa ridícula das ditaduras e de certas democracias), mas um entre os demais temporariamente colocado na presidência de todos. Por isso, apreciei sobremaneira a forma como nos representou na Ucrânia, as suas palavras encorajadoras, a sua coragem habilitando-se pelos escombros da guerra, dizendo sem rodeios o que tinha a dizer, colocando-se ao lado de Zelensky e indo ao ponto de falar em ucraniano (decerto não muito compreensivo para a maioria dos presentes), mas audacioso, jovem, divertido, acolhedor. Foi afectuoso, competente, transmitiu confiança e, mesmo que por vezes pareça ter excedido as suas competências, o que ficou foi uma bela imagem de Portugal e de união com o projecto europeu onde a Ucrânia é já parte. 

         - Houve algum alívio no calor, mas os dias continuam difíceis para quem tanto tem para fazer lá fora. As regas prosseguiram, assim como a apanha de figos, e o começo do alinhamento da lenha para o Inverno. Felizmente ainda não é este ano que comprarei lenha, e já perdi a conta aos anos que estou a utilizar a madeira saída do abate dos cedros em torno do lado sul da quinta. Na altura custou-me a dar 700 euros ao bombeiro que realizou o trabalho; hoje, somando os anos da sua utilização e o preço que estão a pedir por uma tonelada, verifico que foi um bom negócio.