quinta-feira, dezembro 01, 2022

Quinta, 1 de Dezembro.

Quando o João Corregedor fez anos, ofereci-lhe o livro de Anna Politkovskaya A Rússia de Putin e juntei uma folha pedindo-lhe que tivesse em conta outros universos. Foi uma espécie de provocação a que ele, elegantemente, respondeu oferecendo-me o livro de José Tolentino Mendonça, Metamorfose Necessária – Reler São Paulo. O nosso cardeal, é uma espécie de coqueluche da esquerda portuguesa, e eu tenho-me abstido de o ler por não gostar de andar arrastado por modas ou ideologias. Mas vou analisar o ensaio, embora o meu conhecimento sobre São Paulo seja já suficientemente sólido através da biografia que N. T. Wright dedicou ao Apóstolo. 

         - Os nossos deputados, pobres coitados, não se dão conta do ridículo em que operam. Estando o país como está, os portugueses numa luta insana pela sobrevivência, com tanta coisa para tratar socialmente urgente, mais uns milhares a cair na indigência e a juntarem-se aos dois milhões de pobres, todo o tecido colectivo a rebentar, não encontram nada de mais premente que a legalização da eutanásia e a alteração da Constituição!!! Se ao menos aplicassem a célebre frase de Kant, enunciada em Crítica da Razão Prática: “Agir de sorte que a máxima da tua vontade possa também servir continuamente de principio para uma legislação universal”. Mas, não. Aos nossos parlamentares, consagrados ou debutantes, apenas interessa a temática que a define de esquerda, por comparação à outra que se diz humanista ou mais extensiva da vontade popular. A luta no Hemiciclo não é por valores abrangentes, é por partidarices. Aos deputados não interessa os valores constitutivos de uma moral democrática, mas o fogueteiro das ideologias.  

         - Com o dia de sol que hoje imperou, depois de ontem termos sido enclausurados pela chuva contínua, eu devia tê-lo aproveitado para prosseguir na limpeza do terreno. Acontece porém, quando há dias o fiz, fiquei ko devido a qualquer movimento muscular na cintura que me provocou uma noite de incómodos. Portanto, calminha, rapaz.