domingo, dezembro 11, 2022

Domingo, 11.

Portugal o favorito, o que tinha a melhor equipa, o maior jogador do mundo, a melhor táctica, o maior treinador, os melhores analistas morreu vergado ao peso de tanta qualidade, à mercê de uma turma “sem técnica”, “praticando um jogo rasteiro”, “com  o arbitro do seu lado”, Marrocos. Eu não vou analisar o que se passou em campo até porque só vi imagens dispersas, deixo esse encargo ao comentador desportivo de serviço, prof. Marcelo. Do que eu queria falar era da lição que a vida nos dá constantemente e daquela patética imagem de Ronaldo, atravessando o longo corredor até aos balneários, transfigurado de lágrimas. O pobre ricaço, não percebe que tudo tem um fim, e toda a grandeza e glória, fortuna e orgulho, não passa no crivo de desespero ou no instante de vazio que a vida é mestra em nos surpreender. Quando o nosso valor reside naquele tipo de valores que fizeram Ronaldo e tantos outros; quando não somos capazes de relativizarmos as honrarias e benesses, caímos naquela solidão e dela não nos levantamos facilmente. Os portugueses vivem adormecidos com o futebol; os políticos à sua sombra, aproveitam essa dependência para prosseguirem as suas políticas retrogradas, que fazem que avançam mas estão sempre paradas, a sua propaganda mentirosa, lutando para que as consciências e as mentes dos seus concidadãos não se abram à análise, ao pensamento critico, à luta por valores cultural e socialmente humanos. Dito isto, emocionei-me com aquele plano de dor e abandono, vendo o grande ídolo, o indestronizável desportista, só, carpindo convulsivamente e chorei com ele, chorei por ele.