segunda-feira, dezembro 19, 2022

Segunda, 19.

Ontem, liguei a televisão para ver como é habitual sempre que estou em casa, o canal ARTE mais propriamente o programa clássico dos domingos à tarde. Encontro a parte final do Mundial de Futebol, com os jogadores a decidirem por penáltis quem seria o vencedor. Achei piada àquele desespero e de certo modo ingratidão, ante o esforço de andar duas horas a correr atrás da bola para nada, isto é, para aquele remate ridículo. Porque seria mais lógico e menos cansativo, o jogo, todos os jogos, serem disputados daquele modo prático. Bom. Ganhou a Argentina que os nossos sabichões comentadores desportivos (Marcelo, que me conste, desta vez absteve-se da “lição desportiva dos argentinos”) dizem ter sido arrebatadora de técnica, esforço e competência. Eu fiquei radiante e só tenho pena que a final não tivesse sido com Marrocos e que este a ganhasse. Mesmo assim, como desde sempre aprecio Messi, acho que o jogador é absolutamente original em sabedoria, competência, discrição, técnica, sentido de equipa, classe, personalidade (esgotei os adjectivos), por comparação com o pobre Ronaldo, cujo ego e arrogância não cabem no Planeta e foi o grande derrotado nas suas ambições pessoais que arrastaram toda a equipa nacional. O maior jogador do mundo e do Mundial de Futebol é Messi, o madeirense deve render-se à realidade (se conseguir, claro)... 

         - Em contraste e encobrindo o que se passa na Ucrânia, Putin ameaça a capital com novos ataques de mísseis. Vamos iniciar 2023 sob a maior e a mais imprevisível das interrogações. O próximo ano vai ser decisivo para as nossas vidas pessoais e para o mundo. Desde a II Guerra que não começamos um novo ano com tanta incerteza e apreensão. 

         - Fui ao Auchan comprar o necessário para preparar o almoço de quarta-feira cá em casa para a Marília e o João. Verdadeiro inferno. Seriam onze horas quando comecei a rabiar dentro do parque de estacionamento do super e meia hora depois tive de sair e ir parquear o carro ao ar livre e mesmo assim depois de várias tentativas. Não se pense que a maioria dos clientes eram velhos reformados. Nada disso. Havia de tudo, mas em maior número pessoas no activo. Sem emprego? Reformados compulsivos? Os números dizem que há não propriamente desemprego. Então? Mistério das sociedades modernas como imensos lagos onde serpenteia toda uma fauna marinha em liberdade. 

         - Mais tarde, depois de um breve soninho, meti mãos à obra e fui ao fundo da quinta, plantar vários pés de vinha virgem. Já fiz algumas tentativas – todas falhadas. E todavia, há uns anos, consegui reter um pé que se desenvolveu e corre já uns metros no entrelaçamento do arame que divide este espaço da via pública. 

         - Voltam a ameaçar-nos com temporal forte. Segundo a protecção civil, há possibilidade de inundações e deslizamentos de terras e até derrocadas. Não me convinha nada, porque amanhã tenho de ir a Lisboa ao Dr. Cambeta e de caminho liquidar a minha conta do Corte Inglês.