sábado, dezembro 10, 2022

Sábado, 10.

A mediocridade da informação portuguesa que privilegia a desgraça ao invés da notícia que importa e esclarece. Depois de dois meses a chover, ainda não encontrou tempo para nos dizer se estamos mais confortáveis com o bem essencial que é a água. Nada sabemos como estão albufeiras e barragens – notícia feliz não faz pessoas felizes nem vende jornais.  

         - A legalização da eutanásia foi aprovada pelas esquerdas e um ou outro deputado do PSD. Mas quem saiu louvado foi o PCP. A sua posição contra o atentado à vida, não mereceu por parte da informação praticamente nenhum relevo. Mas eu não quero deixar passar em branco tão nobre acto. Por isso, transcrevo: “A legalização da eutanásia não pode ser apresentada como matéria de opção ou reserva individual. Inscrever na Lei o direito a matar ou a matar-se não é um sinal de progresso, mas um passo no sentido do retrocesso civilizacional, com profundas implicações sociais, comportamentais e éticas que questionam elementos centrais de uma sociedade que se guie por valores humanistas e solidários.” Depois, veemente, afirma: “A ideia de que a dignidade da vida se assegura com a consagração legal do direito à morte antecipada, merece rejeição da parte do PCP.” E vai mais longe: “Perante os problemas do sofrimento humano, da doença, da deficiência ou da incapacidade, a solução não é a de desresponsabilizar a sociedade promovendo a morte antecipada das pessoas nessas circunstâncias, mas sim a do progresso social no sentido de assegurar condições para uma vida digna”, e acrescento eu os cuidados paliativos e não o descarte desumano. Agora a sua aprovação está nas mãos do Presidente da República que já se recusou a outorgar duas vezes.