quinta-feira, dezembro 08, 2022

Quinta, 8.

À boa e tradicional maneira de fazer política à portuguesa, quem nos (des)governa, repete todos os anos aquilo que vinham prometendo há décadas e os factores naturais desmentem: cuidado com infra-estruturas sanitárias, limpeza de sarjetas, desvio das águas pluviais. Lisboa passou uma noite de aflitos, com chuva torrencial, trovões e inundações de casas, praças e ruas. Uma senhora morreu afogada na cave onde vivia. O actual autarca, promete mais uma vez fazer isto e aquilo – a ladainha aldrabona do costume. Os lisboetas, já desde Costa para não falar na tristeza do sacristão, foram abandonados à sua sorte. 


         - Passei a noite a batalhar com uma história que ia escrevendo contra a minha vontade. Às tantas, ouço-me a gritar: “Não quero escrever, quero dormir.” Todavia, a narrativa tinha todos os ingredientes para ser um grande romance. 

         - Fui com a escultora Maria José ao hospital de Setúbal ver Sebastião Fortuna que ali se encontra devido a pneumonia com comorbidades bastantes para causar apreensões a médicos e amigos. De seguida, fomos almoçar a um restaurante que eu não conhecia aqui da vila. Almoço vulgar e para o caro. Bom. Valeu a conversa múltipla e arejada e o registo de amizade da amiga que me disse estar sempre disponível se eu vier a precisar de ajuda. Ela vive aqui perto, à entrada de Cabanas. Apesar de ter dois filhos colocados em altos cargos económico-financeiros, optou por viver só entregue à sua arte. É uma mulher como se ousa dizer fiche e solidária.