terça-feira, dezembro 13, 2022

Terça, 13.

Uma vez mais temporal assustador com cheias, angústias, prejuízos, estradas interditadas, túneis cortados, desabamento de terras, desarranjo da vida quotidiana de milhares de pessoas... Neste quadro os nossos políticos redobram de promessas, saem à rua compungidos, num teatro dramático representado por péssimos actores. Tudo o que lhes competia fazer para evitar o pior – limpar sarjetas, ralos, ribeiras não falando nas infraestruturas que há mais de vinte anos prometem realizar – não fizeram num quadro que diz muito do laxismo em que se encontra a administração pública onde ninguém é responsabilizado por coisa nenhuma. O cidadão deve pagar a tempo e horas os seus impostos, mas o Estado representado pelo Governo que leva já seis anos em função, abandonou li-te-ral-men-te os portugueses à sua sorte. A bem dizer já não existe Administração Pública, o que temos são instituições de cobrança de impostos. 

         - Dito isto, remeto-me à reflexão da paixão juvenil manipulada por interesses de muita ordem acerca do Planeta. A pregação dos sábios oportunistas, dirige-se no sentido de nos aterrorizar que o mundo vai entrar numa fase de seca impressionante, com invernos quase inexistentes, aumento de temperatura e assim. Desde que aqui cheguei, tornei-me mais atento às alterações climáticas e, francamente, reconheço neste Inverno outros com esta mesma pluviosidade, ciclos de frio e primaveras antecipadas. A Natureza é soberana e precisa de ser respeitada. Esta história do clima, dos verdes, está transformada numa ideologia tonta que favorece sempre os mesmos, esses que perderam as bases sócio-religiosas-políticas e ficaram órfãos das suas românticas paixões juvenis. É também um tema que favorece os ignorantes que nos governam, pois sob a bandeira dos “fenómenos climáticos”, é fácil esconderem-se daquilo que não foram capazes de antever, fazer e das promessas não cumpridas. Depois, francamente, todo este movimento de entendidos e oportunistas, não passa de puro charlatanismo. Ninguém – governantes, autarcas, gestores, empresários, cientistas – fez o que quer que fosse para atacar as bases que têm prejudicado o nosso mundo. Que há desequilíbrios, há. Basta ver as necessidades inventadas pela indústria e o comércio, o desperdício abundante, o consumo a crescer todos os anos, o número de habitantes na Terra e suas consequências sobre a agricultura, as estruturas sociais, os espaços, a impermeabilização dos solos, a construção sobre ribeiras e lençóis de água, as grandes aglomerações das cidades, etc., etc.  Vamos ser claros: quando tomarão os governos a coragem de abrandar a desordem daquilo a que chamam “progresso”?  

         - À Annie sempre lhe ouvi dizer que preferia passar fome a ter frio. É nela que penso quando vejo a França, Inglaterra, Alemanha, Ucrânia e quase todo o continente europeu, com temperaturas negativas e obrigados a economizar. Neste aspecto somos privilegiados e ainda bem. Imaginem o que seria se tivéssemos 0 graus de temperatura com o governo actual e a ganância dos chineses da Su Eletricidade (até esta nova designação cheira a coisa chinesa, porque português correto não é com certeza)! Mesmo assim, ao que sei, os franceses já vão em 8 por cento de redução no consumo de energia. 

         - A ditadura religiosa no Irão condenou, por enforcamento, dois jovens. Há três meses que os corajosos rapazes e raparigas não deixam as ruas e investem com denodo sobre a polícia dos Khomeinis. Querem a liberdade e a democracia e não as suas vidas reduzidas a princípios arcaicos, sob a pata de um qualquer regime que os esmaga e ao seu futuro. O último dos condenados ocorreu há três dias, o seu corpo foi deixado pendurado numa árvore para exemplo dos insurrectos. Putin, no seu casebre de luxo, deve estar radiante.