quinta-feira, julho 28, 2022

Quinta, 28.

Vai aí um grande brouhaha acerca da indignação que o músico Pedro Abrunhosa proferiu contra Putin e a sua guerra expansionista. Todavia, o nortenho perde a razão quando se dirige ao ditador (em inglês) com palavras obscenas, não se sabe se para português se espantar e dizer “o homem até fala inglês”; se para Putin compreender ele que parece não fala a língua de Shakespeare. A embaixada reagiu com ameaças próprias dos regimes ditatoriais. Ninguém sai bem desta trapalhada. O grito de revolta de Abrunhosa perdeu-se entre contendas e apoios díspares. A tão celebrada liberdade de expressão, saiu dos limites e da decência.     

         - Como os meus leitores se terão dado conta, raramente entra nestas páginas o Chega. Em verdade porque não o considero um partido, mas um grupo de arruaceiros que não traz perigo algum à democracia pela simples razão que não tem ideias, não tem ideologia, vive do desencanto nacional como as meninas do BE. Chamam-lhe fascista, mas para mim nem isso chega a ser – são uns pobres oportunistas que se servem da liberdade para agitar a bandeira do nacionalismo e assim enganarem os iletrados portugueses. Num artigo outro dia no Público, António Araújo, director do jornal 7Margens, a propósito de mais uma investida do metafórico presidente do Chega contra ciganos e estrangeiros, afirma citando Ezequiel (16, 49): “... o verdadeiro pecado de Sodoma (que não é a sodomia que muitos pensam) : eis em que consistiu o crime de Sodoma: orgulho, abundância de alimentos e insolência; estas foram as faltas que cometeu e as de suas filhas: não socorreram o pobre indigente (o estrangeiro).” Haja alguém que tenha lido a Bíblia linha a linha, palavra a palavra! Aquela que Sodoma é a maldição dos homossexuais (como já aqui disse não é uma única vez nomeada no Novo Testamento), não passa de perseguição que de tempos a tempos volta. Como agora quando se amplia a varíola dos macacos e já antes a SIDA. Essa desgraçada ganha terreno, porque a promiscuidade avança e não porque escolhe a identidade de género. Voltando ao Parlamento, o seu presidente, Santos Silva, quer-me parecer que se aproveita do Chega para outras ambições – ele que veio do MRPP!