quinta-feira, dezembro 16, 2021

Quinta, 16.

De entre o labor diário, a leitura é não só um bálsamo como uma peça importante para me aperfeiçoar e cultivar. Sem ela o que seria de mim. Não gostando de futebol, não apreciando telenovelas e concursos, praia e outros entretenimentos que entusiasmam o pagode, estaria à mercê do vazio - esse que se disfarça na alienação (se esta não é já o império do obscurantismo) que tomou por inteiro este pobre país.  Nesta altura o número de obras e autores ocorre do seguinte modo: Correspondência entre Sand e Flaubert lidas 160 das 700 páginas; Julien Green (Toute Ma Vie vol 2); 710 das 977; Paul Morand (Journal de Guerre 1939-1943) 660 das 1.028. 

         - A Piedade veio aí chorosa – a marmanja voltou. Foi o neto buscá-la para lhe aquecer os pés nestas noites frias daqui.  

         - Esta manhã meti mãos à obra e limpei totalmente a parte de trás da casa. Tirei uma dúzia de carros-de-mão de folhas e raízes para queimar. O medronheiro é uma árvore que a antes do inverno começa a soltar lágrimas na forma de pequenas folhas secas.  

         - Vai por aí um grande alarido com a entrada em cena de uma série de corruptos e gatunos acusados pelo Ministério Público. A isso voltarei. 

         - Alegremo-nos, contudo. Têm estado uns dias tão claros e luminosos que encandeiam os nossos olhos de beleza. Um país com este clima, merecia melhores e mais sérios e competentes governantes. Tal como somos, não passamos de lagartos submissos adoradores de sol.

         - Já nos preparam para nova dose de vacina para Abril. Isto não vai parar nunca. As farmacêuticas que criaram as várias picas protectoras, vão abarrotar de riqueza. Só espero que não estejam na origem de mais um irmão gémeo da Covid-19 juntamente com a China. Hoje em dia é de esperar tudo.