quarta-feira, fevereiro 12, 2020

Quarta, 12.
A exposição de Carlos Rocha Pinto, presente no Museu do Carmo, é um verdadeiro diamante de sensibilidade, cor e poesia. Percorrer o longo caminho artístico que é o seu, para aportar àquele encanto de silêncio interior, formas suaves, cores que nos extasiam, nos arrepiam pela afectividade artística, o rumor denso do silêncio que se descola de cada quadro, envolvendo-nos num êxtase inumano que todo o espiritual que resta no mais recôndito de nós submerge num arrepio de paz e sagesse, não é para qualquer um. Muitos pintores, escultores, músicos e escritores almejam um tal percurso. A maturidade, a técnica, o desapego, a coerência e as bases culturais que Rocha Pinto possui no desenho como na pintura, são alicerces fundamentais para assistirmos ao extraordinário que fica diante dos nossos olhos atónitos, como se de repente o mundo se esvaísse na memória deslumbrante de algo que nos antecede e antecedendo nos trás a essência da beleza, do murmúrio longínquo, da abnegação, da identidade e pureza humanas. Dispersa-se naqueles trabalhos um vento de salvação, uma razia emotiva, uma sensação clara da natureza da arte enquanto expressão de conflitos, mas igualmente de reconciliação, obrigando-nos a ser parte da busca constante que CRP trava para se desembaraçar dos seus demónios e trazer às nossas vidas a beleza dos horizontes translúcidos, dos espaços siderais, dos azuis celestes e, sobretudo, o grande silêncio que o homem varreu das suas vidas. É por isso que a sua obra nos é fundamental, o seu traço sólido e conhecedor, as suas manchas que narram mudas as histórias que os dias não contam às noites, mas sublevam do coração de um artista ab-so-lu-ta-men-te original que carrega uma vida artística incrível e não pára de nos surpreender. Carlos Rocha Pinto é uma força da natureza, um exemplo de fragilidade humana que deposita na sua arte um fundo, um olhar, uma mancha de consubstanciação que infunde rigor e secretos labirintos interiores.

O bonito e agradável Museu do Carmo

A bela escultura de Sérgio Pombo interroga S. João Nepomuceno 

Alguns exemplos dos "Fragmentos" que merecem uma visita  obrigatória 




         - Lamento votar ao lado de pessoas que não considero – o tipo do Chega (horror! horror!) e Cavaco Silva, por exemplo –, mas não me resta outra alternativa. A lei que a esquerda quer impor no Parlamento sobre a eutanásia é inadmissível. Sobretudo, quando a medicina hoje dispõe de métodos que evitam que soframos até ao fim da vida. Ressalvo que prefiro ver a lei largamente exposta e discutida em público que na Assembleia entre deputados na sua maioria ignorantes. A esquerda alegre não se acomoda a democracia. Vive e pensa como se estivéssemos em ditadura.

         - O coronavírus agora chamando Covid 19, continua a sua caminhada de morte. Embora a China diga que os casos estão a diminuir, a verdade é que num país sem liberdade de expressão não se pode confiar. A OMS teme que seja na Europa e noutros continentes que o covid 19 se vá expandir de uma forma perigosa. Os números que se conhecem são assustadores: mortos 811; 37198 infectados. Fora da China são aproximadamente uma centena de pessoas com o vírus. Em Portugal até ao momento não se conhece nenhum caso.


         - 14 horas e 51 minutos. Tempo húmido e desagradável.  Helder, soyez sage.