Quarta,
12.
A
exposição de Carlos Rocha Pinto, presente no Museu do Carmo, é um verdadeiro
diamante de sensibilidade, cor e poesia. Percorrer o longo caminho artístico
que é o seu, para aportar àquele encanto de silêncio interior, formas suaves,
cores que nos extasiam, nos arrepiam pela afectividade artística, o rumor denso
do silêncio que se descola de cada quadro, envolvendo-nos num êxtase inumano
que todo o espiritual que resta no mais recôndito de nós submerge num arrepio
de paz e sagesse, não é para qualquer
um. Muitos pintores, escultores, músicos e escritores almejam um tal percurso.
A maturidade, a técnica, o desapego, a coerência e as bases culturais que Rocha
Pinto possui no desenho como na pintura, são alicerces fundamentais para
assistirmos ao extraordinário que fica diante dos nossos olhos atónitos, como
se de repente o mundo se esvaísse na memória deslumbrante de algo que nos
antecede e antecedendo nos trás a essência da beleza, do murmúrio longínquo, da
abnegação, da identidade e pureza humanas. Dispersa-se naqueles trabalhos um
vento de salvação, uma razia emotiva, uma sensação clara da natureza da arte
enquanto expressão de conflitos, mas igualmente de reconciliação, obrigando-nos
a ser parte da busca constante que CRP trava para se desembaraçar dos seus demónios
e trazer às nossas vidas a beleza dos horizontes translúcidos, dos espaços
siderais, dos azuis celestes e, sobretudo, o grande silêncio que o homem
varreu das suas vidas. É por isso que a sua obra nos é fundamental, o seu traço
sólido e conhecedor, as suas manchas que narram mudas as histórias que os dias
não contam às noites, mas sublevam do coração de um artista ab-so-lu-ta-men-te
original que carrega uma vida artística incrível e não pára de nos surpreender.
Carlos Rocha Pinto é uma força da natureza, um exemplo de fragilidade humana
que deposita na sua arte um fundo, um olhar, uma mancha de consubstanciação que
infunde rigor e secretos labirintos interiores.
O bonito e agradável Museu do Carmo |
A bela escultura de Sérgio Pombo interroga S. João Nepomuceno |
Alguns exemplos dos "Fragmentos" que merecem uma visita obrigatória |
- Lamento votar ao lado de pessoas que
não considero – o tipo do Chega (horror! horror!) e Cavaco Silva, por exemplo –,
mas não me resta outra alternativa. A lei que a esquerda quer impor no
Parlamento sobre a eutanásia é inadmissível. Sobretudo, quando a medicina hoje
dispõe de métodos que evitam que soframos até ao fim da vida. Ressalvo que
prefiro ver a lei largamente exposta e discutida em público que na Assembleia
entre deputados na sua maioria ignorantes. A esquerda alegre não se acomoda a
democracia. Vive e pensa como se estivéssemos em ditadura.
- O coronavírus agora chamando Covid
19, continua a sua caminhada de morte. Embora a China diga que os casos estão a
diminuir, a verdade é que num país sem liberdade de expressão não se pode
confiar. A OMS teme que seja na Europa e noutros continentes que o covid 19 se
vá expandir de uma forma perigosa. Os números que se conhecem são assustadores:
mortos 811; 37198 infectados. Fora da China são aproximadamente uma centena de
pessoas com o vírus. Em Portugal até ao momento não se conhece nenhum caso.
- 14 horas e 51 minutos. Tempo húmido
e desagradável. Helder, soyez sage.