Domingo,
16.
O PS
insiste e o BE vai a reboque. Mais uma vez Jerónimo de Sousa marca a diferença,
e que diferença! Não vou repetir o que da anterior vez em que uma certa esquerda
propôs legalizar a eutanásia, perdão, a “morte assistida”, disse. Quero unir-me
hoje à Presidente da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos em declarações ao
Público que muito apreciei e com a qual e as quais afirmações estou
inteiramente de acordo. Diz a simpática médica depois de comentar os
comentários dos defensores da agora ténue ajuda à morte para mais tarde se
transformar em matança (as palavras são minhas): “A possibilidade que se
discute na Holanda de dar uma pílula às pessoas com 70 anos é arrepiante. Só de
pensar nisso reforço a ideia de que a eutanásia nunca pode ser legalizada.
Porque a partir do momento em que ela é legalizada, estamos a discutir estas
coisas. Porquê aos 70? E porque não aos 18? Legalmente aos 18 é-se adulto.”
Insiste a jornalista que há diferentes projectos-lei e tudo parece claro.
“Enquanto não houver paliativos para toda a gente – prossegue a entrevistada –
acho impensável estarmos a matar pessoas que pura e simplesmente, estão a pedir
para morrer porque não sabem que podem ser mais bem tratadas. É como resolver o
problema do desemprego, matando os desempregados.” Ou matando os velhos, os
acamados, os que não são produtivos, os infelizes, os pobres e por aí adiante
acrescento eu. Depois vem esta impressionante recordação: “Há uns anos, Manuela
Ferreira Leite (a feia como os trovões, lembram-se? que para além do subsídio
de deputada ainda exerce parecerzinhos para pelo menos um banco e, portanto, a
ela não faltará dinheiro para os paliativos) falou em parar a hemodiálise
gratuita aos 70 anos e foi – e bem – criticada.
Na Bélgica – são ainda as palavras da Presidente CNCP – começaram com uma série
de mecanismos de controlo e hoje já vão fazer a eutanásia em crianças. Se vier a
eutanásia, serei objectora de consciência. Porque não quero ter esse poder.” No
mesmo sentido, felizmente, vai o bastonário da Ordem dos Médicos. Aqui fica o
seu nome: Miguel Guimarães.
- Continuo a destruir a erva daninha
por sessões que terminam quando o motor pára sem gasolina. Um grande vazio instalou-se
com o final do livro de Green - foi uma salutar companhia durante mês e meio. Andei
a plantar amores perfeitos e agapantos. 15,29. Tempo embrulhado e soturno.