Sexta, 6.
Na rua, em toda a França, esteve um
milhão e meio de franceses a protestar contra a lei da reforma, melhor dizendo,
das reformas. Chou Chou quer impor sem autoridade para isso, pois foi eleito
com uns míseros 30 por cento de votos, a reforma dita por pontos. Quando
comparados connosco, os gauleses estão muito bem neste domínio. Desde logo
quanto à idade para se reformarem e depois nas importâncias mínimas das ditas assim
como o seu valor médio. Tudo muito acima de nós, que ao entrarmos na reforma empobrecemos
salvo, evidentemente, os senhores deputados, políticos e autarcas que
patrioticamente muito trabalharam. O esgotamento foi tal e tanto que ao fim de
dois ou três mandatos saem de cena com 2 mil euros/mês directamente para as
centrais de advocacia, bancos, grandes empresas. Mas assim deve ser num país
democrático. Parece.
- O PCP na sua obsessão por inverter a marcha do destino que o tem
recorrentemente deixado no fim da fila, insiste, como pioneiro, na
regionalização. Não percebi se ele está a favor de novo referendo – o primeiro há
20 anos o povo derrotou-a – ou se, a exemplo do Mágico, pretende entrar de mansinho,
por exemplo, através da eleição directa dos presidentes das áreas metropolitanas.
Tudo isto é sinistro e feito nas costas dos interessados que mais tarde passarão
a vítimas – o povo. É certo que o
partido joga a sua sobrevivência nas câmaras, mas eu que vivo numa vila governada
há uma data de anos pelos comunistas, não tenho nada que me leve a votar neles,
nem eu nem muitos dos palmelenses que encontro e me contam coisas atrozes dos
senhores que se instalaram na autarquia.
- Uma jovem indiana de 23 anos, foi queimada quando ia a caminho do
tribunal para denunciar os violadores. Esta monstruosidade, lembra-me um artigo
que o Le Monde publicou a semana passada, segundo o qual uma série de jovens
afegãos foram mortos pelas famílias quando estas souberam que os filhos apareceram
no Facebook a praticar actos pedófilos com pessoas mais velhas. Foi a forma que
os pais encontraram para reparar a sua honra. Mas a prática dos jovens até aos
17 anos, de meios desfavorecidos, servirem os grandes senhores não é nova. Já
os líderes afegãos talibãs tinham os chamados “bacha bazi” na sua entourage. Os
adolescentes eram escravos sexuais que os chefes, polícia e milícias locais
dispunham a toda a hora. Maquiavam-nos e travestiam-nos, eram bailarinos e servos
sexuais.
- Desde que cheguei que não me saturo de bendizer os dias claros de sol
primaveril. Para quem passou um mês quase sem o seu afago, esta dose de luz e
quentura é um bálsamo não só para o corpo como para o espírito. Pobrezinhos,
mas bem-queridos de Rá.