sexta-feira, dezembro 06, 2019

Sexta, 6.
Na rua, em toda a França, esteve um milhão e meio de franceses a protestar contra a lei da reforma, melhor dizendo, das reformas. Chou Chou quer impor sem autoridade para isso, pois foi eleito com uns míseros 30 por cento de votos, a reforma dita por pontos. Quando comparados connosco, os gauleses estão muito bem neste domínio. Desde logo quanto à idade para se reformarem e depois nas importâncias mínimas das ditas assim como o seu valor médio. Tudo muito acima de nós, que ao entrarmos na reforma empobrecemos salvo, evidentemente, os senhores deputados, políticos e autarcas que patrioticamente muito trabalharam. O esgotamento foi tal e tanto que ao fim de dois ou três mandatos saem de cena com 2 mil euros/mês directamente para as centrais de advocacia, bancos, grandes empresas. Mas assim deve ser num país democrático. Parece.

         - O PCP na sua obsessão por inverter a marcha do destino que o tem recorrentemente deixado no fim da fila, insiste, como pioneiro, na regionalização. Não percebi se ele está a favor de novo referendo – o primeiro há 20 anos o povo derrotou-a – ou se, a exemplo do Mágico, pretende entrar de mansinho, por exemplo, através da eleição directa dos presidentes das áreas metropolitanas. Tudo isto é sinistro e feito nas costas dos interessados que mais tarde passarão a vítimas – o povo.  É certo que o partido joga a sua sobrevivência nas câmaras, mas eu que vivo numa vila governada há uma data de anos pelos comunistas, não tenho nada que me leve a votar neles, nem eu nem muitos dos palmelenses que encontro e me contam coisas atrozes dos senhores que se instalaram na autarquia.

         - Uma jovem indiana de 23 anos, foi queimada quando ia a caminho do tribunal para denunciar os violadores. Esta monstruosidade, lembra-me um artigo que o Le Monde publicou a semana passada, segundo o qual uma série de jovens afegãos foram mortos pelas famílias quando estas souberam que os filhos apareceram no Facebook a praticar actos pedófilos com pessoas mais velhas. Foi a forma que os pais encontraram para reparar a sua honra. Mas a prática dos jovens até aos 17 anos, de meios desfavorecidos, servirem os grandes senhores não é nova. Já os líderes afegãos talibãs tinham os chamados “bacha bazi” na sua entourage. Os adolescentes eram escravos sexuais que os chefes, polícia e milícias locais dispunham a toda a hora. Maquiavam-nos e travestiam-nos, eram bailarinos e servos sexuais.


         - Desde que cheguei que não me saturo de bendizer os dias claros de sol primaveril. Para quem passou um mês quase sem o seu afago, esta dose de luz e quentura é um bálsamo não só para o corpo como para o espírito. Pobrezinhos, mas bem-queridos de Rá.