Quinta, 5.
O António parece empenhado em me ver
editado. Ontem telefonou-me a informar que havia falado com o editor com quem
eu tinha estado há dois anos e este lhe pedira me dissesse que voltasse a
contactá-lo no início do próximo ano. Não sei se desta vez sairá fumo branco.
Seja como for, no dia seguinte a eu ter aqui assinalado o fim do trabalho de O Juiz Apostolatos, uma editora que eu
não conhecia, contactou-me por e-mail mostrando interesse em ler o original.
Como estou sempre de pé atrás, chegado a Lisboa, procurei saber quem são os
novos editores, logo me foi respondido: “Não te metas com essa gente.” Acedi
sem constrangimento. Tenho experiência suficiente no sector e não estou
disposto a perder a minha liberdade. Por outro lado, não trabalho por
encomenda, como não aceito censura de qualquer espécie. Os temas quem os escolhe
sou eu, e só lamento me digam não terem nada a reprovar ao meu trabalho, mas “
a temática não se enquadra na nossa linha editorial”. Estão no seu direito, eu
no meu.
- Logo que me vi em casa, corri a perguntar à balança quantos quilos
trazia eu. Para meu espanto, os mesmos com que tinha partido: 63 kg. Isto
apesar das porcarias deliciosas que comia por todo o lado em doses, va de soi, homeopáticas.
- Vi uns minutos o debate entre os três tubarões à direcção do PSD. A
impressão com que fiquei, foi que mais vale não deitarem ao chão o nortenho.
Dos três é o menos mau não havendo outro. Há, todavia, um que aconselho os meus
leitores daquele partido a não votarem nele: Miguel Pinto Luz. O homem tem
estampado na cara ao que vem. Mas mesmo que não tivesse, bastar-me-ia ver os
apoiantes mais chegados, alguns dos quais conheço de ginjeira por ter privado
de muito perto com eles, para perceber as suas “patrióticas” intenções.