sábado, dezembro 21, 2019

Sábado, 21.
Primeiro pensei ir fazer uma surpresa a Maria Luísa; depois desisti e por fim tornei a querer ir ao Porto. Bref. Quando a minha cabeça decidiu de vez que faria a viagem, sou aconselhado a renunciar porque a linha Lisboa Porto está inoperante e pegar no carro com um tempo destes é arriscado. Se bem me lembro, o ano passado foi igual, mas daquela vez devido a greves nos comboios. Irei fora destas invenções romântico-consumistas.

         - Não sei se escutei bem, acredito que não. O Tribunal de Contas divulgou que foram até agora gastos com a banca 4,28 mil milhões de euros! Bah! Mas dizem que não há dinheiro para aumentar salários, reformas, acudir aos infelizes, fazer crescer o salário mínimo, subir o nível económico do país! Como é?! A nossa miséria é a riqueza da banca. Um negócio que nunca foi tão rentável, visto que não corre riscos nenhuns. Se estremece, os nossos impostos lá estão para acudir à manutenção dos altos salários dos banqueiros e dos lucros dos accionistas.

         - Continuo Green espantado com o que leio. Parece que a bolota não dá com a perdigota. Na verdade leio um diário de um tipo chamado Julien Green, mas que não tem nada a ver com aqueloutro que eu conheço vai para trinta anos.


         - Passam de quando em vez fortes rajadas de vento, acompanhadas de chuva e sol rasgado que, como manchas desconhecidas, abrem clareiras na terra e desenham sombras nas janelas.