Sábado, 21.
Primeiro pensei ir fazer uma surpresa
a Maria Luísa; depois desisti e por fim tornei a querer ir ao Porto. Bref. Quando a minha cabeça decidiu de
vez que faria a viagem, sou aconselhado a renunciar porque a linha Lisboa Porto
está inoperante e pegar no carro com um tempo destes é arriscado. Se bem me
lembro, o ano passado foi igual, mas daquela vez devido a greves nos comboios.
Irei fora destas invenções romântico-consumistas.
- Não sei se escutei bem,
acredito que não. O Tribunal de Contas divulgou que foram até agora gastos com
a banca 4,28 mil milhões de euros! Bah! Mas dizem que não há dinheiro para
aumentar salários, reformas, acudir aos infelizes, fazer crescer o salário
mínimo, subir o nível económico do país! Como é?! A nossa miséria é a riqueza
da banca. Um negócio que nunca foi tão rentável, visto que não corre riscos
nenhuns. Se estremece, os nossos impostos lá estão para acudir à manutenção dos
altos salários dos banqueiros e dos lucros dos accionistas.
- Continuo Green espantado com o que leio. Parece que a bolota não dá
com a perdigota. Na verdade leio um diário de um tipo chamado Julien Green, mas
que não tem nada a ver com aqueloutro que eu conheço vai para trinta anos.
- Passam de quando em vez fortes rajadas de vento, acompanhadas de chuva
e sol rasgado que, como manchas desconhecidas, abrem clareiras na terra e
desenham sombras nas janelas.