Terça, 5.
Só este ano já devo ter lido para cima quinze
livros, isto é, milhares de páginas. Tenho, contudo, momentos que me apetece
fazer como a personagem do romance de Laurent Gounelle, Le philosophe qui n´était pas sage que, num momento de desespero,
atira com parte da sua biblioteca pela janela fora. Porque, bem vistas as coisas,
o essencial está no Pai-Nosso que encerra em si toda a verdadeira filosofia de
vida. S. Francisco de Assis não sabia mais nada senão rezar; Pessoa num célebre
poema fala do Salvador: Jesus Cristo que
não sabia nada de finanças, nem consta que tivesse biblioteca. Salmodiá-lo
ao longo do dia e dos anos, é reduzirmo-nos às palavras que Jesus ensinou aos
seus discípulos e estão na origem dos tempos. Os livros com o seu peso
murmurante, mais não fazem que afastar as horas de Deus.
- Corregedor outro dia recordou e muito bem, que hoje a mediocridade da
quase maioria dos jornalistas não faz jus à profissão, são antes pessoas
recalcadas que gostariam de ser comentadores e exercem a profissão como
inquiridores que debitam bytes que o leitor ou espectador não está interessado
em conhecer. Nós apenas lhes pedimos que dêem as notícias e guardem para si as
suas opiniões e pareceres, normalmente sem substância e a soldo dos patrões e quando
quiserem agigantar-se de importância que o façam em artigos de opinião...
assinados.
- Para que não digam que estou sempre a dizer mal da nossa amantíssima
União Europeia, vou declarar que estou do seu lado quando exige aos clubes de
futebol espanhóis que devolvam 69 milhões de euros conseguidos irregularmente
em recursos públicos que beneficiaram uns quantos clubes em detrimento da
maioria, numa manifesta concorrência desleal. Só Real Madrid terá que restituir
18,4 milhões. E em Portugal?