Sexta, 22.
Vou citar as declarações de Marcelo:
“Portugal está na União Europeia, sente-se bem na União Europeia e quer
continuar na União Europeia. O referendo está fora de questão.” Ontem voltou à
carga: “A aventura referendária é inadmissível.” Podíamos responder: fala por
ti. Ora, como sua Excelência é o nosso dono, não só decide por nós, como nos obriga,
coage, força-nos a permanecer num clube para o qual, de resto, nunca fomos consultados
se estávamos interessados em entrar.
- Temos, enfim, o veredicto: a ERS concluiu que houve “falhas no acesso
e na qualidade dos cuidados prestados” pelo hospital de S. José ao jovem de
Santarém com aneurisma roto e que veio a falecer em Dezembro do ano passado,
num fim-de-semana gozado pelos clínicos. Espero agora pelas consequências da
Ordem dos Médicos, sendo certo que se trata de uma equipa de criminosos à solta
e, portanto, deviam ser encarcerados.
- Ontem pequena perturbação. Desgostoso de mim, fechei-me num casulo de
sentimentos contraditórios que me paralisaram por algumas horas. Triste por ter
renunciado a uma certa forma de vida, só um pouco antes da meia-noite, quando
me preparava para dormir, a nuvem espessa se dissipou. A coisa foi não só
psicológica, como física. Não desejo ao meu pior inimigo. Foi como se Deus se
tivesse ausentado, furioso.