terça-feira, julho 12, 2016


Terça, 12.
Talvez a razão pela qual os portugueses se desinteressaram da política, resida na informação que se pratica entre nós. Tudo é repetido, visto, amassado, manobrado, perpassado das mesmíssimas palavras, dias a fio, às vezes semanas, como hoje o futebol e a sanção que a UE vai ou não aplicar a Portugal. Os noticiários são uma seca, um espectáculo extraído dos dramas humanos – assassinatos, discórdias sangrentas entre famílias, roubos, filhos de tenra idade mortos às mãos dos pais, assaltos, cenas canalhas combatidas pela polícia armada até aos dentes, desastres de viação, divórcios violentos, a quotidiana recitação dos roubos perpetuados pela classe política... Tudo entra diariamente intempestivo nos lares portugueses. É impossível, por muita paciência que todos nós tenhamos, suportar um tal frete, um tal atentado à nossa inteligência. Eles chamam a isto informação, liberdade de imprensa; eu chamo indiferença e respeito pelos espectadores, lavagem do cérebro, manipulação.

         - Marcelo, António costa, Gama, Passos Coelho que nunca ligou ao futebol e também esteve em Paris, e tantos outros sem esquecer o pequerrucho banqueiro Durão Barroso, montaram o êxito dos jogadores do Euro. O Presidente da República foi ao ponto de fazer de cada um Comendador. Ao que isto chegou! De facto, a vulgaridade, a demagogia, o oportunismo e o populismo estão instalados. Desde que puseram Eusébio no Panteão, tudo é possível. Pobre nação! Todavia, bem vistas as coisas, basta dar uma olhadela ao comendadores que a República produziu, para se perceber que ficam todos em boa companhia. Doravante, muito respeitinho, com o comendador Ronaldo, Éder ou Babucháchá.