Quinta, 7.
Os pequenos países começam a levantar a
voz aos prepotentes de Bruxelas: Portugal, Hungria, Grécia. É verdade que nem
sempre pelos melhores motivos, e muitas vezes por exigências nacionalistas
ridículas e egoístas. Ainda assim é digno de registo.
- Tony Blair, pressionado pelo relatório britânico Chilcot, que o acusou
de precipitado no apoio a Bush quando da invasão do Iraque, vem agora dizer que
carrega uma mentira até ao fim da vida. Pois sim. Devia ser julgado, assim como
o ex-presidente dos EUA, Berlusconi, Aznar e o nosso anafado Barroso. É isso
que ando a dizer há anos e se o mundo fosse mais democrático, justo e
equilibrado, era isso que faria. Por causa desta trupe, mesmo considerando
Saddam um ditador, a verdade é que os invasores causaram ao mundo infinitamente
mais mortes e crimes de toda a ordem, que o Presidente deposto e depois
assassinado. A mentira do alcoólico extravasou e invadiu a Europa, agigantou os
extremismos, inundou diferentes partes do globo do sangue dos milhares e
milhares de vítimas, para não falar do sofrimento daqueles que foram forçados a
emigrar, dos que ficaram sepultados no Mediterrâneo, das cidades destruídas, da
fome, da miséria e da humilhação de milhões de pessoas.
- Os seus efeitos, sentimo-los
todos os dias. Como um novo atentado em Bagdad onde morreram para cima de 250
pessoas. Os jihadistas a soldo da Daesh nunca estiveram tão activos e os alvos
são quase sempre os estrangeiros à cabeça americanos e franceses. É a resposta
que dura desde a guerra no Iraque à enorme mentira de Bush e do grupo de
ambiciosos que lhe seguiram a mente doente.
- Infeliz Europa. Vai ser curioso seguir os malabarismos
político-financeiros dos governos sob o domínio do euro. Os Britânicos já
anunciaram a descida dos impostos para as empresas que queiram instalar-se no
seu território e para aquelas que não o abandonarem na sequência do Brexit. Hollande
que dizia ser a Finança o seu inimigo, estendeu a passadeira vermelha aos empresários
que queiram deixar o Reino Unido para se instalar em França. De descida em
descida, das duas uma: ou os Estados entram não tarda em falência ou para
ganhar o despique vão ter de reduzir os seus cidadãos a uma multidão de pobres
abandonados à sua sorte. Mas não pensemos nisso. Portugal ganhou, enfim, um
jogo e está classificado para a final do Euro 2016, temos “o maior jogador do
mundo” connosco, um presidente que gosta de futebol, um primeiro-ministro que é
do Benfica, e assim haja o que houver, ninguém pode destronar um país deste quilate.
As guerras modernas, ganham-se nos campos de futebol.