Sábado, 2.
Eu sempre que me atardo em conhecer as
notícias dos gatunos e malfeitores, sendo dado à esperança controlada, logo
imagino que a classe dos políticos, dos gestores públicos, dos condecorados com
a Torre e Espada, Infante D. Henrique, Instrução Pública, Mérito Empresarial,
Santiago da Espada ou da Liberdade viraram por artes mágicas, pessoas dignas
das insígnias que o Presidente da República lhes concedeu. Mas depois, espreito
os jornais, e logo me surge diante dos olhos este e aquele crime, esta e aquela
suspeição, este inquérito público sem margem para pensarmos que há vingança
contra tão dignos concidadãos agraciados pela República. Lembro-me que Cavaco
Silva um ano concedeu liberdade a um recluso que depois veio-se a revelar um
engano porque o homem era do piorio o que deixou, e com razão, a cara ainda
mais carrancuda a sua excelência o senhor economista-professor-doutor-presidente.
Para não falar dos comendadores, dos amigalhaços de sua Excelência agraciados
com esta e aquela honraria e que mais tarde viemos a saber serem uma corja de
ladrões e malfeitores. Mas adiante. Adiante, como assim! O honesto homem do
dia, serviu na Presidência durante anos, parece que é uma figura inteligente,
com pergaminhos, segundo a nossa imprensa, e dá pelo nome de Diogo Gaspar. O
senhor Gaspar, director do Museu da Presidência e de mais não sei quantos
outros cargos, historiador condecorado por Cavaco Silva, em Fevereiro deste
ano, com o grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago, professor ainda de
Humanidades, está acusado de roubar, desculpem, desviar quadros e tapeçarias, móveis
antigos e objectos valiosos que foram oferecidos por chefes de Estado estrangeiros
a Portugal. Como isto é uma ninharia comparado com os milhões que José Sócrates
possui declarando ganhar apenas o salário de primeiro-ministro, o dito senhor
ainda negociava a sua suposta influência junto dos decisores públicos cobrando
por esses servicinhos. Não é tão querido este Portugal dos pequeninos! Eu com
gente desta, daqui não saio nem que a UE queira correr comigo. É isto que vos
digo.
- A juventude inglesa, devo dizer, as raparigas e os rapazes que andam
por lá a fazer o Erasmo que todos pagamos com língua de fora e não se sabe
verdadeiramente para que serve, à parte um ano de folia e conhecimentos
superficiais disto e daquilo, insiste em destronar a vontade dos ingleses que
eles chamam velhos e votaram maioritariamente pela saída do Reino Unido da UE. Objectam
os amantes da Europa do euro que foram enganados, que lhes venderam gato por
lebre. Mas então o conhecimento que o programa Erasmo incutiu nas meninas e nos
meninos serviu para quê! Se assim é, façam como eu, não votem. Se todos os
povos puserem a partir de agora em questão as eleições organizadas nos
respectivos países por se sentirem defraudados com as mentiras dos políticos, é
a democracia que vai findar no esgoto. Dizem que as manifes são organizadas nas
redes sociais e portanto independentes dos partidos, mordam aqui a ver se eu
deixo.